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6.17.2012

SÍNDROME DE ESTOCOLMO

São mais, muitos e muitas mais, aqueles e aquelas que dela sofrem Tenho andado mais atenta ao fenómeno desde que me apercebi de que isto se passava com pessoas próximas e de quem eu nunca esperaria algo semelhante. Claro que para isto acontecer, o estado psicológico da vítima tem de ser particular pois uma pessoa que se identifica com o seu agressor, de certeza que não estará muito bem da tola.

A designação deste fenómeno surge em referência ao famoso assalto de Norrmalmstorg do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo que durou de 23 de agosto a 28 de agosto de 1973 durante o qual as vítimas ganharam simpatia pelos seus captores, defendendo-os mesmo perante a justiça. E parece que a coisa se desenrola assim: primeiro, as vítimas começam por identificar-se emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e/ou violência e pequenos gestos gentis por parte dos captores são frequentemente amplificados... Em segundo lugar, é importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para se proteger...

Mas de todas as situações em que a síndrome de Estocolmo pode acontecer (sequestro, cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas submetidas a prisão domiciliária por familiares, vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças), aquela que mais me tem intrigado é o caso de violência doméstica e familiar em que a mulher é agredida pelo marido e continua a amá-lo e a defendê-lo junto da família e dos amigos como se as agressões fossem normais. Em bom português: ela leva uma tareia do camandro, aparece de olhos negros, nós sabemos o que aconteceu mas ela diz que tropeçou e que caiu.

A melhor maneira de tratarmos esta síndrome de Estocolmo surge cedo, logo na escola primária. E pode, a meu ver, muito bem ser identificada na literatura infantil, no clássico conto francês, escrito por Marie le Prince de Beaumont, "A Bela e o Monstro" que conta a história de uma menina muito bonita e inteligente que é vítima de cárcere privado por um MONSTRO, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e casa-se com ele.
Atenção, MUITO IMPORTANTE: este conto tem de ser trabalhado como deve ser ou as crianças ainda ficam a adorar o Monstro e depois correm o risco de vir a casar com ele...

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