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12.28.2012

MULHERES QUE CORREM COMO OS LOBOS

EVERYTHING IS CONNECTED




No matter what time and space we live in, which era we share, which emotions we feel... We are all connected by the same anguish and beliefs. We are all in search of the same in life, no matter what the age, sex, job or background we carry. 
Life is an adventure for love and meaning and we all just a sparkle in the vast wide universe. 
Everything is connected - in one way or another...

12.27.2012

LADRÕES

Há ladrões de sepulturas e ladrões de corações e ela tinha-os conhecido a todos.
in Eu Mulher de Mim

O SEGREDO DEBAIXO DO SOL

A rejeição contra as mulheres sexualmente livres e satisfeitas é assustadora. Quer dentro, quer fora do casamento, ser uma mulher sexual é quase um pecado capital. Independentemente da cultura de um povo, o adultério no feminino é sempre uma penalização social. O mesmo não acontece, obviamente, com o masculino. Uma mulher casada, adúltera, é geralmente castigada e a sua história esculpida na pedra enquanto o adultério dos homens casados geralmente derrete ao sol.
A ti Luzia praticara sexo ilícito nos anos 50 no ambiente rural alentejano. (...)
Era este o seu segredo, guardado durante décadas, ao sol do Alentejo profundo.
in Eu Mulher de Mim

CADA UM ESCOLHE O MODO COMO SE EMBRUTECE

Cada um escolhe o modo como se embrutece. Uns optam pelo casamento-contrato e ficam uma vida inteira agarrados a alguém que apenas suportam. Há casais que não se separam por preguiça. Sim, dá trabalho. Cansa-nos. Destrói-nos por dentro. Outros rodeiam-se de uma prole barulhenta que lhes abafa os próprios ruídos interiores. Há outros ainda que se deixam fechar como um cofre  pesado e escuro e fazem de conta que estão bem sós. Pela parte que me toca, optei por andar às voltas com o Durrell, lido e relido sempre que me sinto acinzentar...
in Eu Mulher de Mim

12.19.2012

DETACHMENT



SOME OF US STILL BELIEVE WE CAN MAKE A DIFFERENCE...

GREAT CHRISTMAS' HOLIDAY FOR ALL THE GREAT TEACHERS I KNOW...

12.10.2012

DECLARAÇÃO DE AMOR (II)

My dear, you tell me to be careful? Me? 
I killed a lion with my own hands, I  climbed mountains, I lived in the jungle, I made love to you, my dear, what is fear... what is fear...

12.09.2012

A ARTE DE VIAJAR


Se as nossas vidas são dominadas pela busca de felicidade, talvez poucas atividades sejam tão elucidativas no que à dinâmica dessa busca – com todo o seu ardor e paradoxos - se refere como as nossas viagens.

 
A arte de viajar, de Alain de Botton



Constato que poucas coisas me dão tanto prazer na vida como viajar. E por isso mesmo liguei-me a uma agência de viagens. Fui escort, o que na gíria turística designa um acompanhante de grupos ao estrangeiro, responsável por ser o interface entre o grupo e a agência de origem. Assim, fui conhecendo o mundo. Viajei com grupos de 30 a 50 pessoas, viagens organizadas que nada me diziam (nem dizem) mas que me permitiam visitar locais que de outra forma não poderia ter visitado tão cedo. E a experiência que resulta da necessidade de resolver problemas inesperados não tem preço. PROBLEM SOLVING EXPERT - sem dúvida uma das competências que esta função me ajudou a desenvolver. Pude ir assim conhecendo o mundo... Outras viagens se seguiram. Muitas. De lazer. De descoberta. De procura. 
É difícil parar de conhecer o mundo quando se sente esta necessidade inexorável de partir. Os devaneios de viagem são próprios dos espíritos inquietos e o essencial nem é o destino da viagem mas o desejo de ir-me embora. E tal como o grande Baudelaire, também eu sinto esta atração por portos, docas, terminais de comboios, navios transatlânticos e sobretudo aeroportos e quartos de hotel. As conversas interiores surgem-me mais facilmente a bordo de um navio ou em pleno ar. Como Baudelaire dizia: “Qualquer sítio! Qualquer sítio! Contanto que seja fora deste mundo!” 


O MEU OGRE INTERIOR



E agora que os dias de chuva ininterrupta parecem não nos largar, este duende que habita em mim insiste em  fazer sonhar, todas as manhãs, com uma nova viagem. Embora as viagens mais fantásticas possam ser as  da nossa imaginação, o meu ogre interior quer aeroporto... Maldito ogre!

MONDAY MUST BE A MAN


É mais ou menos isto: não estamos preparadas. Não demos por nada. Não tivemos tempo de usufruir. E quando pensamos que está a começar o fim de semana, eis a segunda-feira ali, apressada... Ah, pois é!

12.06.2012

FRIENDS WILL BE FRIENDS UNTIL THE END

YOU KNOW I'LL BE THERE!

TOMA LÁ, DÁ CÁ...

Regra número um para qualquer relação amorosa que se pretenda equilibrada, Nunca dê mais do que recebe. Regra para alguns considerada mesquinha, para outros (entre eles os melhores psiquiatras e psicólogos que se conhecem e me myself I) essencial ao equilíbrio relacional. Pelo menos no início da relação amorosa, dizem uns. Ou enquanto ela existir, digo eu...

NÓS, OS APAIXONADOS DE BOA-FÉ

É no auge dos momentos de maior  felicidade dos apaixonados de boa-fé que os sabotadores, os fóbicos de amor, voam para longe... deixando-nos naufragados e a tentar salvar o que ainda restou de nós.

O DILEMA DOS PORCOS-ESPINHOS

Segundo Schopenhauer, todos os apaixonados sentem a necessidade, igualmente forte, de se unirem e de fugirem. Necessidade de se unirem para se fundirem no outro. E necessidade de fugirem para reencontrarem a sua identidade, para evitarem perder-se, para escaparem ao risco do desaparecimento que representa a fusão.

12.03.2012

A MELHOR DECLARAÇÃO DE AMOR

Henri Matisse disse uma vez à sua futura mulher:
- Menina, amo-a muito, mas a pintura estará sempre em primeiro lugar!


A VALSA DA HESITAÇÃO

Por vezes na vida, simplesmente, não sabemos com o que contar no amor. Isto deve-se ao facto de a pessoa que amamos parecer querer afastar-se de nós o mais rapidamente possível. Como se fosse uma questão de vida ou de morte. Mas ao mesmo tempo, essa mesma pessoa não nos quer perder e, por isso mesmo, vai nos deixando em suspenso. No arame. Ali, mesmo a beirinha do precipício. E parece gostar de nos saber ali. Um meio termo que só pode deixar doidos... mesmo os mais calmos. Não sabemos com o que podemos contar. Se  estes seres, verdadeiros traficantes do amor, rompessem de uma vez por todas, poderíamos finalmente recomeçar a vida noutras bases... Esta valsa da hesitaçao é desgastante. Resta-nos, a nós, observar a nossa auto-estima como se fosse o óleo do carro, não vá ele esvaziar. Por isso, a solução é deixar de amar. É preciso tempo e algumas lágrimas para esquecer... Mas, venha o optimismo: dizem os experts que uma história de amor que acaba mal pode abrir portas, preparando-nos para a história seguinte que forçosamente, visto que já se sofreu tanto, só pode ser mais bela e mais saudável. Venha ela!

CORAÇÕES BLINDADOS


 Eu não queria. Ou melhor, não me apetecia. Mas hoje, duas amigas, de tantas dúvidas colocarem, obrigaram-me a pensar. Há pessoas, por aí, que se cruzam com o verdadeiro AMOR, sem conseguir vivê-lo. Porque não o reconhecem. Porque não o vêem. Ou porque não conseguem amar. Há pessoas que acreditam estar disponíveis para amar sem o estarem. Porque estão marcadas pelas mágoas do passado. Ou da infância. Pronto. Não vou entrar por aí. Bastou o trabalho para a faculdade sobre isso. Chega. Outras pessoas, simplesmente, não querem correr mais riscos e fecham a loja. Não querer sofrer é, sem dúvida, um direito que nos assiste. A todos. Mas não será também a nossa tristeza?
Os corações blindados andam por aí. Mas quem quiser encontrar o amor, e vivê-lo, tem de correr riscos, tem de ousar falhar. Porque as nossas desilusões amorosas só nos dão prova de uma coisa fulcral: que ainda sabemos amar.






























































INSÓLITOS


 Tocou o telefone. Ela atendeu. Número desconhecido.
- Olá. Sou o Luís. Não te lembras de mim? - pergunta uma voz de homem desconhecida.
- Não. - silêncio do outro lado da linha.
- O Luís... Saímos algumas vezes há muito tempo. Eu tinha um Audi TT.
- Desculpe, não me lembro. Deve ser engano. - respondeu ela, quase a desligar.
- Não, não é engano. Nós saímos umas vezes e eu depois nunca mais te disse nada e afastei-me de ti sem  dar qualquer explicação. - disse ele, em tom baixo e com voz estranha. E nunca mais me consegui esquecer de ti nestes anos todos.
- Luís? Ah, sim. Já me lembro. Saímos durante dois meses. Mas tu não conduzias um Audi TT. Tu tinhas um porche preto e uma namorada que eu desconhecia e com quem entretanto falei...
- Ah, sim, essa tipa... - reagiu ele.
- Não era bem tipa. Pelo que percebi, namoravam há um ano e meio... - disse ela, assertiva.
- Pois... não é bem assim. Eu ando há vários anos para te contactar porque eu tive um problema grave e nunca te consegui explicar porque me afastei de ti. Eu gostava muito de ti. Desculpa estar a ligar-te agora. Não sei se estás casada ou se tens alguém. Mas queria muito contactar-te... - continuava o homem com voz estranha.
- E será importante explicares agora, passados tantos anos? - perguntou ela.
- Para mim é importante porque nunca consegui dormir descansado.
- Ok. Então diz lá... - disse ela enfastiada.
- Nunca mais te procurei porque tive problemas muito graves e perdi o norte. A minha empresa faliu. Perdi vários negócios que tinha. E adoeci. Estive vários meses internado num centro psiquiátrico com uma depressão profunda. - e começou a chorar enquanto dizia isto.
Ela manteve-se em silêncio, pensou em dizer-lhe mil coisas mas disse-lhe apenas isto:
- As tuas melhoras.







11.30.2012

A PROF DE FILOSOFIA

 - É um prazer, professora. - não respondi.
- Quer dizer que veio entregar o seu currículo. - também não respondi. Mas fitei-o longamente.
O homem sentiu-se incomodado com o meu olhar mas continuou a fingir que dominava perfeitamente a situação.
- Informaram-me que vinha da parte de ...
- Informaram-no mal. - respondi apressadamente. - Não venho da parte deles. Venho da parte da professora de Filosofia que os senhores expulsaram há quinze dias. O homem empalideceu.
- A professora de Filosofia enforcou-se. - disse-lhe. Pendurou uma corda no tecto e estrangulou o pescoço. E os senhores apertaram bem o nó. O senhor e todos os alunos deste colégio, que um dia serão como o senhor. O senhor e todos os futuros empresários, deputados, e banqueiros e inúteis que inundam este colégio. Medíocres. Pura mediocridade embrulhada em plástico, esta gentinha dos colégios privados, conservadores e hipócritas...

MOVING

Me thinks that the moment my legs begin to move,
my thoughts begin to flow.
Henry David Thoreau
  

WHATEVER WORKS, BABY

Ontem pediste-me que te escrevesse sobre mim e eu vou fazê-lo. Por ti. E para ti. Será a primeira e a última vez porque não quero continuar na senda das palavras nunca mais...

Podes ouvir o tempo ou simplesmente esquecê-lo. Podes ter tido avós que te embalaram ou não. Podes ser de uma família disfuncional ou bimembre ou podes ser sozinha, tu e tu. Podes  ter a história mais aborrecida deste mundo ou o mais remoto olhar que se conhece... Podem as tuas perguntas ser as mais estranhas. Podes ter mais talvezes do que os que andam por aí, carregados de certezas. Podes deambular sozinha pelo mundo ou em caravana. Podes manter a roupa dele a cheirar a sémen ou podes ter vivido vários meses de pormenores a perderem-se. Podes ter um homem diferente entre as tuas pernas sempre que quiseres. Podes tentar usar camisa branca e sapatos confortáveis e fazer de conta que sim. Podes apenas fragmentar o mundo em pequenos detalhes  e esqueceres o todo. Podes nunca vir a ser uma esposa porque não sabes o que isso é. Podes citar Deus de vez em quando, se te apetecer. Podes ter sexo devastador ou podes simplesmente rezar. Podes, se quiseres, criar raízes no teu sofá... ou no mundo, Podes ter conversas com os velhos porque sim. Podes dirigir-te ao balcão e pedir uma bebida sem estares acompanhada de uma congregação de mulheres. Podes detestar barrigas grandes ou podes nem te importar com isso. Podes nunca mais querer um namorado ou um marido, se for melhor assim. Podes beber o teu café sem açúcar se te apetecer. Podes amar um rosto, uma voz, uma memória, se fores forte. Podes continuar pelo mundo sem religião alguma. Ou podes continuar a partir e a chegar... Desde que resulte... Mas nunca escrevas o que vives porque o risco é alto, demasiado alto.

A FUGA


Sim, eu também devia apanhar um destes camelos e fugir... :)

COMO IDENTIFICAR UM "WOMANISER" (PARTE II)


A pedido de algumas amigas, aqui vão mais umas dicas para o caso de se cruzarem com um destes. 
Ora pois seja: Se derem de caras com um "womaniser" (mulherengo, em bom português) e tiverem o azar de gostar dele, remember
(i) Em primeiro lugar, nenhuma mulher com autoestima no seu devido lugar aguenta um mulherengo; se o aguentam, olhem bem para a vossa autoestima e levem-na ao cabeleireiro e à massagem, de preferência com aquele massagista que nós conhecemos, ok? Ou então, aceitem simplesmente sair com aquele fulano lindo que vos anda a convidar e que tem tudo no sítio...
(ii) Em segundo lugar, se quiserem construir uma relação a sério, as hipóteses deste homem se comprometer seriamente são ínfimas. O que ele basicamente quer é passar uns bons momentos -  de preferência na posição horizontal -  e nada mais; 
(iv) Em terceiro lugar, mais cedo ou mais tarde, ele acaba por se afastar sem dar qualquer explicação e, quando a der, mesmo que tirada a ferros, será vaga e, na maior parta das vezes, falsa. Porquê? Simples: quer enrolar-se, já se enrolou ou vai-se enrolar com outra qualquer mas não assume.
Características da espécie? 
Basicamente, o mulherengo, por essência: 
(i) Mantem as mulheres, todas as que pode manter- as ex, as presentes e as futuras - em stand by (e para alcançar tal feito, dá uma no cravo e outra na ferradura); usa frases completamente vagas como "gosto muito de ti", "és muito especial para mim" "não te quero perder" "és muito importante na minha vida" sem ele próprio saber o que tais máximas em forma de sms querem dizer...:)
(ii) Esconde os seus contactos e, apesar de gostar de controlar o que se passa na vossa vida social, esconde a sete chaves a sua (fiquem atentas portanto);
(iii) Escapa-lhe uma coisa chamada maturidade emocional  e vai-vos iludindo e desiludindo à medida dos seus variáveis estados de espírito, por essência imaturos e emocionalmente irresponsáveis.
(iv) Last but not the least,  é tão pouco seletivo o coitado que nunca perceberá que encontrou uma pérola verdadeira quando verdadeiramente a encontrar.
Fugit, amigas, fugit! :)

INUTILIDADES

"A vida afetiva é a única que vale a pena. A outra serve apenas para organizar na consciência o processo da inutilidade de tudo."
Miguel Torga

Nem mais! 

11.26.2012

11.24.2012

NÃO MORRAS

Vais morrer sem ter sonhado tudo o que me contavas nas noites em que, juntas, partilhávamos a rua quente daqueles longos meses em que nunca páravamos para  olhar o outro lado e, cegas, nos mantínhamos ali, presas às paredes da casa branca onde o sol queimava o corpo e a só água do poço conseguia acalmar a angústia da espera...
Morre mas ao menos leva-me contigo na tua viagem. Ou deixa para mim parte do teu sonho... Porque sem te poder tocar, eu não consigo continuar. Mesmo que o sol acalme na nossa rua a sul ou a casa seja transformada em abrigo... Não posso continuar aqui, sem te poder visitar quando precisar apenas do teu olhar nas noites em que acordo sem ter adormecido e te procuro no vazio da madrugada que me procura a mim para te acalmar...

ESQUECIMENTO

Eu sabia que um dia me ia esquecer de tudo...
Não sabia era que um dia todos se iriam esquecer de mim...

11.22.2012

STORIES

THE UNIVERSE IS MADE OF STORIES. 
NOT OF ATOMS.

MURIEL RUKEYSER

SE EU QUISER

Ainda é possível. Se eu quiser. Ou se eu puder.
Não sei se quero. Ou se consigo. Quero mas não consigo. Ou não quero e consigo... Já não sei.
Mas sei que o riso nunca se tornará um fóssil... Partilhaste comigo a solidão das almas grandes em forma de gargalhadas. A tua grandeza é do tamanho da tua força e o teu sorriso tem a imensidão do rio que observámos.  Tens o mundo no corpo e nos olhos o amor que nunca vi. Obrigada por me apoiares nestes dias. E por me mostrares que o tempo forma círculos perfeitos. Talvez me ajudes a resgatar a minha paz. Por me fazeres rir hoje e ontem. E amanhã, se eu quiser. Ou se eu puder.
Sabes, é curioso como a gente se habitua à ausência de carícias...

É AS MOÇAS...

Aula de 9º ano. Numa escola de Lisboa. Cedo: 8h30. Manhã fria de novembro. Estado de espírito da prof: não sabia muito bem o que estava ali a fazer àquela hora.
Sumário. Início da aula. Matéria: o conto "O Tesouro". Caracterização das personagens. Temas. Ganância. Riqueza. Pobreza. Alegria. Tristeza. Os irmãos de medranhos "mergulharam furiosamente as mãos no ouro" - afirma Eça. Furiosamente quer dizer alegremente, atira um dos miúdos. Outro riposta: - Tás mas é parvo... Eles estavam bué felizes... 
- E o que é que vos faz felizes, a vocês? - rosnei.
E aí começaram: a família, o meu avô, os meus pais, o meu pai, dinheiro, a minha avó... etc e tal...
Faltava um responder... Por sinal, o melhor aluno, o mais irrequieto, o mais mal comportado, o mais pequeno, o mais engraçado...
- E tu, Guilherme, o que é que te faz feliz? - perguntei.
- É as moças... - respondeu-me com os olhos a brilhar e os seus dentes saídos de Castor. Assim lhe chamam os colegas.... CASTOR.

11.21.2012

HOJE SOUBE DEMAIS

Hoje, soube demais...
Do que podia e do que não podia saber...
Daqui e dali... e d'além...
De ti e de mim e de nós...
Era uma boa relação. - disseram. 
Podia resultar! - exclamaram.
Por que acabou? - perguntaram.
Respondi apenas com o silêncio...

11.20.2012

MEDOS

Pela primeira vez na sua vida, o homem decidiu avançar. Atirou-se de cabeça e aterrou num novo território onde se sente feliz. Conseguiu perceber a futilidade do medo. Começou a viver exatamente naquele preciso momento em que se libertou de praticamente todos os medos. Porque quando se perdem os laços que nos ligam à terra, à família, às próprias raízes que nos prendem ao chão, chegou a hora de perder também o controlo de tudo aquilo que não se controla.
E ele percebeu que só seria livre quando finalmente perdesse o medo de perder...

11.19.2012

TRY



Just because it hurts doesn't mean it's gonna die...
You gotta get up and try, try, try...

COZINHADOS

Algo de errado de passa. Dou, de repente, comigo cheia de vontade de cozinhar. Talvez tenha sido a travessia do deserto que me abriu o apetite. Seja como for, ando desvairada por comida. Foi o arroz de marisco com paprika que encantou, a açorda de gambas que brilhou, o borrego à alentejana com alecrim que gozou, a sopa de cação que fascinou...
Seja como for, nestas noites de Inverno, o melhor restaurante do mundo é, ficou provado, na minha sala.

11.18.2012

UM CIRCO, ISTO TUDO...


É assim... numa mistura de saber a sol, a sal... que me encontro...
É assim, nesta confusão de reserva e audácia que me concerto... ou vou concertando... com e sem a influência das estações. Sim, que se morre e se renasce a casa instante se fizermos prudentes concessões a nós próprios e às nossas fraquezas. Não sei se é assim ou não...não é fatal, nada é fatal, exceto a não quebra dos hábitos... Sacudo os medos... os preconceitos... a melancolia... Sacudo-me incessantemente com ou sem plural.
E vamos, eu e tu, espiando com curiosidade estes rumores de um interior... ou dois... (des)conhecido(s)...
Um circo, isto tudo... e nós dependurados no trapézio da vida... qual arte, essa, a infinita, que tudo repara... até os seres, todos os seres, mesmo os desprovidos de alma...

JOGO DE XADREZ

No final, o rei e o peão voltam para a mesma caixa...

RETROSPETIVA

A vida?
As nossas vidas?
A minha vida?
Tem sido mais ou menos isto...

11.17.2012

TEMPUS FUGIT

Hoje acordei com esta sensação de que, se me deixasses, iria amanhã visitar-te e passaria contigo o resto da minha vida. Sairia da minha pele com a mesma facilidade com que entraria na tua... Porque o que mais quero da vida é viver-te.

HAPPINESS

      HAPPINESS IS AN INDIVIDUAL CHOICE!

11.15.2012

LOST TIME

       Como recuperar o tempo perdido a sonhar?

AS MISSIONÁRIAS

Três missionárias, todas freiras, caminham pela rua e uma está a descrever, com as mãos, as enormes toranjas que viu em África. Depois, a segunda, também com as mãos, descreve as enormes bananas que viu na Índia. A terceira freira, um pouco surda, pergunta:
- Padre quê? :)

AUDIÇÕES

Após vários dias, muitos dias, excessivos dias no arame, vomitei de vez tudo o que me incomodava e levantei-me. Não sei como tudo começou. Já não me lembro. Não sei se foi o silêncio que me assolou ou se fui eu que assolei o silêncio. Sei apenas que este, o silêncio, só é autêntico quando estamos completamente sozinhos, isolados do mundo... Mas aprendi também que estar só nada tem a ver com solidão. Estar só é o ponto mais alto da consciência. Percebemos melhor de onde vimos e para onde queremos ir. E eu percebi que estava a perder as asas. Queria voar com uma das asas presa nas asas de alguém. Mas no momento em que perdemos as asas, somos apenas mais um...  Agora, hoje, amanhã, será a altura certa para recomeçar... embora a hora certa nunca chegue. Estamos sempre todos à espera do momento certo, da constelação certa... para recomeçar... Sei agora, mesmo que pareça estranho, que linhas paralelas também se encontram... Mas o problema, o meu grande problema, o meu maior problema foi querer acreditar... esquecendo que quando queremos acreditar, ficamos cegos.

11.11.2012

ARMADILHA

Depois, ela voltou para casa e deu um golo generoso no seu brandy. Um. Depois outro. Só um brandy lhe clareava o pensamento... agora mais confuso do que nunca. Havia já várias semanas que o fazia. Caminhava todos os dias para o vazio. Tinha ficado com o coração cheio de fantasmas e não sabia... Sentia que caíra numa armadilha. A maior de todas as armadilhas possíveis.

11.05.2012

RODOPIOS

Vou hoje rodopiar a rotina, hoje que já não é de hoje, hoje que sobra para um antecipado amanhã esmerilado hoje. Por aqui...
E gosto de rodopios à rotina...De a trapacear! Essa rotina veloz, mortal, letal que nos corroi devagar...
E gosto sobretudo de quem assume essa trapaça, rodopiando nas palavras...
Gosto de me gostar rodopiante, quase imparavelmente senil... onde me sinto acordada, trapaceira dessa rotina interrompida por palavras, também elas rodopiantes... senis, cheias de alma porque precocemente amassadas nas noites destes dias...
Gosto deste rodopio louco... Louca, eu... loucos todos os partilheiros no deserto ilimitado...neste deserto dos dias que passam velozes, loucos, incessantes.
Tu, em tempos partilheiro, que temes? Que medos te assaltam? Que temes, homem de alma cativa rodopiando sobre ti próprio? Que temes tu, amante de dúvidas... amado por desafios?
Onde te encontro, agora que nos perdemos, quando esta dúvida me assola e segue por onde serpenteia a alma, a minha, a tua, essa coisa vigilante do peito, livre, livre... o peito... a alma... tu...
E eu, colecionadora de sonhos... que só os pode colecionar quem os consegue  viver, acordei sem ter dormido, misturando todas as memórias numa só, nessa viagem que  me persegue, nos persegue... a recuperar o que se perdeu, que se recupera sempre o que não se perdeu...

11.04.2012

O MARIDO

Um dia, o marido dissera-lhe:- Ou eu ou o gato.
Ela às vezes lembra-se daquele marido...:)

DIAS

Claro que há dias mais compridos do que outros ... Mas ela agora andava a ter dificuldade em resgatar a sua paz. Queria dormir vários meses seguidos e acordar sem se sentir um pêndulo desengonçado. Era como um espelho embaciado por uma imagem difusa que queria apagar sem conseguir. E a única forma de ultrapassar a angústia será viver sem voltar a pôr-se em perigo...

O GAMANÇO

Numa das últimas aulas que consegui dar a custo, turma arisca mas simpática, clima ameno, entendiamo-nos apenas porque eu não exigia muito, o mínimo para manter o sistema a funcionar e sem introduzir grandes furos na rotina, discutia-se a crise, o desemprego, a situação atual. A dada altura, um aluno de olhos vivos e cabelo estranho, vestido de nikes da ponta dos pés ao alto da cabeça, confronta-me:
- A stora compra tudo? - atirou-me.
E sem me deixar responder, avança
- Nós não, nós gamamos...

11.02.2012

O DESAMOR

DIVÓRCIO, RUPTURA
 = 
DESAMOR COM 8 LETRAS.

OS NOSSOS MORTOS


Mesmo que as pessoas que amamos continuem vivas, é preciso concluir as histórias com os mortos ou estas nunca terão fim...

ONE HUNDRED PERCENT


A boy and a girl were playing together. The boy had a collection of marbles. The girl had some sweets with her. The boy told the girl that he will give her all his marbles in exchange for her sweets. The girl agreed.
The boy kept the biggest and the most beautiful marble aside and gave the rest to the girl. The girl gave him all her sweets as she had promised.
That night, the girl slept peacefully. But the boy couldn’t sleep as he kept wondering if the girl had hidden some sweets from him the way he had hidden his best marble.

Moral of the story: If you don’t give your hundred percent in a relationship, you’ll always keep doubting if the other person has given his/her hundred percent.. This is applicable for any relationship like love, employer-employee relationship etc. Do not regret giving your hundred percent to everything you do even if later you will feel betrayed...

10.31.2012

10.28.2012

ALENTEJO SEEN FROM THE TRAIN


Nothing with nothing around it
and a few trees in between
none of which very clearly green
where no river or flower
pays a visit.
If there be a hell, I’ve found it.
For if ain’t here,
where the Devil it is?


Fernando Pessoa, Alentejo seen from the train


TEQUILA COM LIMÃO

"Durante a época em que as três amigas se entregaram à celebração dos seus divórcios, habituaram-se a comer juntas às sextas-feiras e continuarem na farra até ganharem ou perderem ou perderem-se. :)
Depois dormiam as três em casa de alguma delas e no dia seguinte tomavam o pequeno-almoço a conversar.
Entre elas, Amélia era a melhor bebedora de tequila. Por isso bebia mais do que as outras e antes de tomar o café, de saída para o trabalho, perguntava às amigas:
- Oiçam, e eu diverti-me ontem?":)

Ángeles Mastretta, Maridos