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11.11.2011

O SEXTO SENTIDO

Hoje escrevo-te, sentido último, para mim primeiro... que sem ti não sobrevivo...
És o sexto e pressinto-te na mente, corpo, na pele e no som destes dias que passam amarelos.... Avisas-me sempre, à mesma hora, para me quedar na viagem...
Mas eu avisei-te que sem rede, me atiro ao abismo, que sem esse voo rasante isto não presta...
E do alto das colinas, do cimo dos montes, sobrevivo à passagem dos dias porque espectadora do que vejo... Sabes tu, que vês mais longe e sabes mais...que vê sempre mais do que é preciso... que a tua visão alcança o longe sem lentes de aproximar...
Acato-te de olhar travesso, quando me apetece partir... num riso que bem conheces... num riso de perceber tudo o que me dizes e mais ainda... num riso de saber que sem mais o teu sentido, sairia de mansinho e sem chorar...
Mas não... porque existes e te partilhas, vou navegando sem bússola os mares revoltos embora tu queiras o navio preso no cais...
Por ti, embriagada de palavras... procuro manter o tino... sim, esse estranho e limitador tino ... e só por ti, por vezes páro esta  bebedeira de palavras... se o quiser manter...
Tempus fugit, dizes-me ao ouvido quando me tento esquecer...
....Como é viver com um coração esburacado, amigo de jornada?
Não sei quem te dá crédito...
Sei que não tenho nada para ti excepto o que sou nos meus impulsos...
Eu que me não recomendo a ninguém... eu que não sei fazer mais nada do que ser ...
Tu me mostras que talvez tudo isto que sou eu não passe de uma banal vulgaridade, tão banal quanto vulgar...
Talvez pouco elevado face à tua dimensão a qual, suspeito eu, vá muito para além do que por aqui se passa.
Mais que tudo, e agora não digo talvez, sobram-me letras onde me faltam sons.
Por isso, te persigo e te escuto... sexto sentido...
Texto escrito a pedido e num momento em que o sexto sentido se me escapa ou quer escapar... 11/11/11