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5.29.2012

TRAPACEAR A ROTINA


Contigo, fiz rodopiar a rotina
Hoje que já não é de hoje, hoje... o  que sobra de ontem para um antecipado amanhã esmerilado hoje.
E gosto...
De rodopios à rotina...
De a trapacear... essa rotina veloz, mortal, letal que nos corroi devagar...
E gosto... de quem assume essa trapaça...

Gosto de me gostar rodopiante... imparavelmente senil... onde me sinto acordada, trapaceira dessa rotina interrompida por palavras, cheiros e toques... o teu toque... as tuas mãos
Rodopiantes... senis, cheias de alma porque... precocemente amassadas nas noites destes dias...

Gosto deste rodopio...louco...
Louca, eu... loucos nós... partilheiros no deserto ilimitado...neste deserto dos dias que passam velozes, loucos, incessantes...de pensamentos, de sonhos... de medos...

Onde te encontro, diz-me, quando o pássaro voar... e quando a dúvida me assolar e seguir por onde serpenteia a alma, a minha, essa vigilante do peito, livre, livre...

Sou colecionadora de sonhos... que só os posso colecionar para poder vivê-los...Que me importa a vida, agora que te descobri, se não quebrada pela insensatez da fuga?

E o tempo que não temos, este tempo que não temos, amor, persegue-nos... vem rodopiante por essa estrada de véus...
O tempo sabe, ele sabe que a viagem nos espera...

Apenas uma precoce senilidade nos poderia ter levado a tais paragens.
Os derviches, os tais derviches de que falámos uma noite...estão cá dentro desde então. Dentro de mim e de ti...





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