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11.30.2012

WHATEVER WORKS, BABY

Ontem pediste-me que te escrevesse sobre mim e eu vou fazê-lo. Por ti. E para ti. Será a primeira e a última vez porque não quero continuar na senda das palavras nunca mais...

Podes ouvir o tempo ou simplesmente esquecê-lo. Podes ter tido avós que te embalaram ou não. Podes ser de uma família disfuncional ou bimembre ou podes ser sozinha, tu e tu. Podes  ter a história mais aborrecida deste mundo ou o mais remoto olhar que se conhece... Podem as tuas perguntas ser as mais estranhas. Podes ter mais talvezes do que os que andam por aí, carregados de certezas. Podes deambular sozinha pelo mundo ou em caravana. Podes manter a roupa dele a cheirar a sémen ou podes ter vivido vários meses de pormenores a perderem-se. Podes ter um homem diferente entre as tuas pernas sempre que quiseres. Podes tentar usar camisa branca e sapatos confortáveis e fazer de conta que sim. Podes apenas fragmentar o mundo em pequenos detalhes  e esqueceres o todo. Podes nunca vir a ser uma esposa porque não sabes o que isso é. Podes citar Deus de vez em quando, se te apetecer. Podes ter sexo devastador ou podes simplesmente rezar. Podes, se quiseres, criar raízes no teu sofá... ou no mundo, Podes ter conversas com os velhos porque sim. Podes dirigir-te ao balcão e pedir uma bebida sem estares acompanhada de uma congregação de mulheres. Podes detestar barrigas grandes ou podes nem te importar com isso. Podes nunca mais querer um namorado ou um marido, se for melhor assim. Podes beber o teu café sem açúcar se te apetecer. Podes amar um rosto, uma voz, uma memória, se fores forte. Podes continuar pelo mundo sem religião alguma. Ou podes continuar a partir e a chegar... Desde que resulte... Mas nunca escrevas o que vives porque o risco é alto, demasiado alto.

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