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2.19.2013

O BONECO



"Influenciável. E oco. É o que tu és: um cabrão de um influenciável oco. Afirmas o que queres negar e negas o que queres afirmar. Influenciável. É o que tu és: um passador no tráfico de influências (nem a estatuto de traficante tens direito); o tipo que recebe a influência de braços abertos e a distribui por inocentes sem pensar. E sem pesar consequências ou danos – tantas e tantas vezes irremediáveis. 

Influenciável. E oco. É o que tu és: um títere, um boneco movido pelos cordéis da ambição e engonços do poder. A fantochada corre-te nas veias e sentes que tens veia para manobrador – tu, logo tu, ó manobrado mor. É o que tu és: um imitador de gestos humanos, um bufão que se deixa levar facilmente por outrem palhaço- só o mando de outro de inspira e te faz agir. Então é assim, autómato: admite, em definitivo, que és um influenciodependente. Vai-te tratar. 
A influenciodependência: esse aditivo que destrói amores- que já destruiu o teu amor. E o que precisas, ó bonifrate, é de uma droga de amor. Sim, uma droga de amor. E das pesadas. Uma boa trip de amor, bem injetada, e que te faça correr amor nessas veias; o amor que assumiste como perdido, mas que te corre no sangue- ainda. E és compatível, totalmente compatível, absurdamente compatível. Só precisas de desatar – mesmo que seja à dentada- o garrote que sempre te aperta o espirito e voar. Vá, fantoche, deixa-te transplantar e recebe, na plenitude do teu eu, um novo sangue: sangue tipo A- sangue tipo Amor."

Rui Miguel Mendonça

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