Se pretendes, como dizes, fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, fala-nos da sensação de incompletude, da vontade de quebrar regras... e fala-nos dos riscos... esses que se correm quando aceitamos que alguém entre no nosso mundo e fique por ali... mesmo quando já partiu. Não, Miguel, o amor não passou a ser passível de ser combinado; e a paixão desmedida, quando é forte e vem de repente como o vento do Sul, é mesmo desmedida...
Não, Miguel, os amantes são capazes de gestos largos, de correr riscos, de rasgos de ousadia. Não, Miguel, o amor não é uma coisa e a vida outra. O amor não é sopas e descanso, Miguel. O amor é uma maluquice, uma grande maluquice, tal e qual a própria vida. Essa mesma que desata a correr atrás do que não sabe, não apanha, não compreende... Mas tal como na vida, na paixão também continuamos a correr... na esperança de que desta vez possamos sair na estação certa...
Sim, Miguel, num momento, num olhar, o coração apanha-nos para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. E tens razão, aqui tens toda a razão: "O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem..."
Sem comentários:
Enviar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO: