Porque a vida não é um fenómeno lógico e a criatividade é um produto derivado do sonho...
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11.22.2013
SOMOS / FOMOS A SÍNTESE DE VÁRIOS POVOS DA EUROPA
Na Sé de Lisboa houve uma mesquita.
Contam as manuscritos que nessa mesma mesquita reuniam-se, ao mesmo tempo, muçulmanos, cristãos e judeus, a rezar a um só DEUS!
Isto é HOJE impossível NESTE mundo!
11.17.2013
COMO CHEGAR AOS CEM, MALTA!
1. Sleep in and take naps
2. Stop worrying about being late
3. Grow a garden, nurture it, and eat from it
4. Never give up your sense of purpose
5. Get it on
6. Take a placebo at least once per day
7. Walk up 20 hills a day
8. Cultivate a sense of belonging
9. Go to the church, temple, or mosque
10. Surround yourself with people who follow steps 1-9. eh eh eh eh
10.27.2013
TOP 10 WAYS TO FUCK THE SYSTEM
PARECE-ME BEM...
Começar a ir de novo às compras nas lojinhas de Moscavide, da Praça do Chile ou numa dia em que me queira sentir um pouco tia, tá a ver, em Campo de Ourique. Criar uma pequena horta na minha varanda ou mesmo no jardim do meu bairro e passar a comer do que produzimos e trocamos uns com os outros. Deixar de comer carne e abolir todas as compras na farmácia, tratando-me com ervas e produtos naturais, tipo água de rosas e afins... Usar canabis para as dores e deixar de ir ao médico. Abolir a pílula e fazer amor ao natural. Fechar as escolas e obrigar os pais a educar os seus próprios filhos. Construir entre família, vizinhos e amigos uma verdadeira rede de trocas que nos permita a todos, viver sem consumir. Desligar a tv, ou melhor, fazer árvores de natal de televisões, cultivar a desinformação, abolir a propaganda e boicotar toda e qualquer forma de publicidade. Abandonar as cidades e fazer amor uns com os outros todos os dias...
PARECE-ME BEM...
10.26.2013
OH HAPPY DAYS
Tenho saudades dos tempos em que ríamos, felizes, sabendo que ela nos esperava sempre lá.
Tenho saudades dos dias em que chegávamos a casa, vindas de longe.
Tenho saudades dos dias em que ela nos recebia vestida de azul.
9.26.2013
A SENHORA PROFESSORA
Aconteceu na Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe (Ilha de S. Miguel - Açores/Portugal), desconhecendo-se qual a nota atribuída ao referido aluno. A professora pediu aos alunos para fazerem uma composição sobre a escola.
Um deles escreveu:
"A minha escola é pequena, mas muito bem arranjada. A minha escola é como se fosse um jardim. Nós os alunos, somos as flores e a senhora professora é como se fosse um monte de estrume que nos faz crescer belos e fortes."
9.11.2013
PROFESSORES
Vivem-se tempos de mudança. Veloz.
Brutal. Irrevogável! E com ela,
surgem alterações inevitáveis nas nossas vidas profissionais e pessoais. A
escola, a cidade, o país, o mundo estão em transformação… Nós próprios, se
estivermos atentos, mudamos a cada dia que passa. Só desejamos, todos, que essa
mudança seja no sentido do desenvolvimento e não o contrário. A escola pública
está em mudança. Nós, os atores deste organismo, esforçamo-nos dia a dia para
fazer da escola um espaço de equidade, de solidariedade, de crescimento, de
cultura, de inovação. Após um ano intenso de trabalho que acabou, parece, há
poucos dias, somos de novo confrontados com um novo ano letivo a começar no
qual procuramos proporcionar a todos
os alunos experiências de aprendizagem enriquecedoras, dentro e fora da escola,
capazes de os tornar indivíduos mais plenos.
Mas instabilidade, desequilíbrio,
ansiedade acrescida foram e continuam a ser a pedra de toque do nosso
quotidiano profissional. Acrescente-se a este rol, mais alunos por turma, menos
professores por escola, “requalificação profissional”, perda de salário,
decisões com efeitos sérios, contradições, falhas de comunicação,
esclarecimentos e esclarecimentos sobre os esclarecimentos… e temos a receita
de um ano atípico nas nossas vidas suspensas, qual governo nacional,
continuando, todos nós, a aguardar calmamente por resoluções que tardam em
chegar.
Por isso, fizemos greves. Às
avaliações. Aos exames. Greve nacional. Final de ano atribulado. Início de novo
ano numa escola que se transformou em mera fábrica de papel, onde os alunos são
colocados na linha de montagem para serem formatados durante alguns meses e
pouco mais...
Os professores estão zangados.
Desolados. Tristes. DESMOTIVADOS! Cansados de funcionar! Queremos sentir que
amanhã teremos condições de vida para continuar a existir com dignidade. Sobretudo,
para continuar a ensinar com o prazer e a motivação, essenciais ao desempenho
desta profissão! Somos professores por vocação. E ser professor é pensar
criticamente, enfrentar o futuro, sem medos nem grilhões, cada vez mais difíceis
de contornar...
7.01.2013
PALAVRAS
Realizo-me em palavras. Tenho uma relação cúmplice com o verbo. Sou EU quem sou através da escrita, esta evanescente escapa emocional que me torna, que nos torna... indestrutíveis. Porque estabilizada nas agonias privadas, escrevo para melhor lidar com a morte. A minha morte. A nossa morte. A tua morte. Esta fome voraz por experiências vai matar-me e só pela imaginação chegam a mim. Tenho em mãos dois projetos incipientes: o meu livro e tu. O único homem com quem me casaria... tu, que consegues disfarçar a minha loucura... tu que nunca amarás ninguém. Por isso, me rebelo contra mim própria, eu que aprendi contigo a não viver por impulso, por emoção. Afoguei-me nas palavras que me sacudiram de repente quando percebi que, finalmente, seria capaz de te amar. Atordoada, quero duas coisas: amar e ser livre ao mesmo tempo. E pouco mais. E nada mais. Por isso escrevo. receando perder-lhe o hábito... Teço assim mais umas páginas deste projeto anódino mas repleto de desejo de verdade. Há aqui uma enxurrada de palavras que tu temes. Movo-me aos solavancos. Sei... Temo mesmo que a lucidez me fuja. Quero sair de mansinho... esgueirar-me do mundo discretamente. Talvez tenhas razão. Talvez a melhor coisa a fazer seja dormir.
TOQUES
Só um pequeno toque de sol e fica eufórica. Só um pequeno toque de felicidade e esquece as misérias. Fundamentalmente, dá-me bem com quase toda a gente. Principalmente, dã-se bem consigo própria...
FUGA
Na próxima semana e nas seguintes, ela fugiu para parte incerta. Para um sítio qualquer que não estava no mapa. E pediu-lhe apenas:
- Não me faças perguntas e eu telefonar-te-ei uma vez por dia. Está bem?
DESCOBERTAS
REFLEXÕES:
Quando me rendo o problema deixa de existir; os que são
postos à prova de forma mais violenta são aqueles que mais
têm para dar; o mundo está a contrair-se e nós nem damos
conta; quero muito pouco, cada vez menos; criar qualquer
coisa nova, seja lá o que for, é sempre difícil porque é uma
tentativa nossa de recuperar o que já foi perdido; gosto de
pessoas simples, locais simples e refeições simples; ela foi a
única pessoa que eu conheci que soube usar o silêncio de
forma eficaz.
MEDO
MEDO. Agora vejo isso em ti, quando dormes, quando enganas, quando te esquivas, quando te escapas, quando procuras o café,a multidão. Relativamente a nós os dois, não consigo compreender porque não havia alguma rzão para a nossa relação ser trágica. Não havia nenhuma... Mas entretanto, ela tornou-se trágica para mim, porque nada fazes para torná-la real; tudo o que fazes dissipa, dissolve, decompõe a nossa relação. Tu volatilizas.
Anais Nín e Henry Miller, Cartas de Amor.
5.22.2013
RECEITA INFALÍVEL
Eis a única receita que nunca desilude:
Duas cadeiras e uma mesa, uma garrafa de vinho tinto, uma açorda de marisco, um bom gelado de chocolate e, diante de ti, a cara de um/a amigo/a, um rosto que conheças bem, um daqueles que só de vê-los nos devolvem a calma. E a alma!
O QUE RESTA
A velhice, disse Borges, pode ser o tempo da nossa felicidade; o animal morreu, ou quase, e ficam o homem e a alma.
SONO E SOL
A melhor receita para curar uma dor de amor é pôr a cara ao sol, a seguir esperar pela noite e dormir 12 horas... quiça 13...
Sono e sol e esperança fazem maravilhas... Nunca duvides...
JEJUM
Ninguém conhece as receitas da felicidade. Na hora da infelicidade de nada servirão os mais elaborados cozinhados para satisfazer alguém. E até, se em algumas a tristeza é motor do apetite, não convém que nos dias de aflição se empantureem de comida. Na infelicidade, a comida não é assimilada e cria gordura.
Saudável costume é o jejum nos dias de desgraça.
Héctor Abad Faciolince
3.12.2013
MÃE
Dou-te tudo o que tenho através das
palavras vividas com carinho delicadas sentidas oferecidas a ti não
sei porquê não quero saber porquê que não estou interessada apenas sei que me
faz doer o peito senti-lo de peito apertado preocupando-me e dando-te o meu
pouco tempo ou muito tempo ou só tempo que ele é sempre o mesmo e com ele brinco
aos balanços e balancetes de uma ou várias vidas vividas com ou sem alma - que
me interessa isso - desde que a acidez não vingue e que o meu destinatário não
chore que não gosto não quero o que sei
da dor é o que há para saber da dor é dor e a dor é sempre igual em qualquer
latitude não te faço chorar, com o carinho este carinho que surge do nada e sem
saber porquê actor ou piegas ator-piegas só ator não não há atores tão
verdadeiros nem o Pessoa que fingia aquilo que nós sabemos que não fingia
não sou não serei bálsamo seu nem de ninguém apenas uma voz que atravessa a
noite e lhe chega de mansinho para lhe dizer ao ouvido que lhe querem bem que
lhe quero bem que ela te quer bem, meu querido.. sim, sim que há mensagens que
me enviam as estrelas e o céu e o mar e a terra toda inteira me grita que sim
que sim que somos pouco somos nada e este nada que é tudo merece mais do que
este rodopio em chuva ácida em que sem querer se cai e eu não gosto não gosto
que dances nessa chuva e não perguntes porquê não me perguntes porquê não me
perguntes porquê ... eu não gosto de porquês... eleita de atenção sim
basta de ti basta de mim basta
de dor
de rodopios
de dúvidas
de desalmas
de
lágrimas
3.04.2013
TALES OF ORDINARY MADNESS
I felt like crying but nothing came out, it was just a sort sad
sickness, sick sad when you can't feel any worse. I think you
know it. I think everybody knows it now and then. But I
think I have it pretty often, too often.
Charles Bukowsku, Tales of Ordinary Madness
DEPRESSA E MAL
E foi então que ela o olhou de cima a baixo depois de o ouvir falar, e disse para com os seus botões:
- Este deve fazer sexo como fala. Depressa e mal.
O SENHOR IBRAHIM E AS FLORES DO CORÃO
Em Paris, nos anos 60, Momo, um rapazinho judeu de doze anos, torna-se amigo do velho merceeiro árabe da rua Bleue. Mas as aparência iludem: o Senhor Ibrahim, o merceeiro, não é árabe, a rue Bleue não é azul e o rapazinho talvez não seja judeu.
"- Porque nunca sorris, Momo? - perguntou-me o Senhor Ibrahim.
Esta pergunta era um verdadeiro murro, um golpe tramado, não estava preparado para ela.
- Sorrir é coisa para pessoas ricas, senhor Ibrahim. Não tenho meios para isso.
Para me aborrecer começou precisamente a sorrir.
- E julgas que eu sou rico?
- Tem sempre notas na caixa. Não conheço ninguém com tantas notas à frente durante todo o dia.
- Mas as notas servem para pagar a mercadoria e a renda. Sabes, pouco me resta no fim do mês.
E sorria ainda mais, como que para me provocar.
- Senhor Ibrahim, quando digo que é uma coisa de pessoas ricas, quero dizer que é algo para pessoas felizes.
- Pois bem, é aí que te enganas. É o facto de sorrir que nos faz felizes.
- Uma ova.
- Experimenta.
- Uma ova, já disse.
- És bem educado, não és, Momo?
- Que remédio, senão apanho uns tabefes.
- É bonito ser bem-educado. Amável é ainda melhor. Experimenta sorrir e logo verás.
(...)
No dia seguinte comporto-me mesmo como um doente que tivesse sido picado toda a noite: sorrio a todos.
- Não, senhora doutora, peço desculpa mas não compreendi o exercicio de matemática.
Pumba: sorriso.
- Não consegui fazê-lo!
- Pois bem, Moisés, vou explicar-te outra vez.
Nunca tinha visto uma coisa assim. Nada de descomposturas, nem de avisos. Nada.
Na cantina...
- Não se importa de me dar mais um pouco de creme de castanha?
Pumba: sorriso.
- Sim, com queijo fresco...
E obtenho-o.
(...)
É a embriagez. Já nada me resiste. O senhor Ibrahim deu-me a arma absoluta. Metralho toda a gente com o meu sorriso. Nao me tratam mais como um chato.
(pag.22)
2.25.2013
2.19.2013
O BONECO
"Influenciável. E oco. É o que tu és: um cabrão de um influenciável oco. Afirmas o que queres negar e negas o que queres afirmar. Influenciável. É o que tu és: um passador no tráfico de influências (nem a estatuto de traficante tens direito); o tipo que recebe a influência de braços abertos e a distribui por inocentes sem pensar. E sem pesar consequências ou danos – tantas e tantas vezes irremediáveis.
Influenciável. E oco. É o que tu és: um títere, um boneco movido pelos cordéis da ambição e engonços do poder. A fantochada corre-te nas veias e sentes que tens veia para manobrador – tu, logo tu, ó manobrado mor. É o que tu és: um imitador de gestos humanos, um bufão que se deixa levar facilmente por outrem palhaço- só o mando de outro de inspira e te faz agir. Então é assim, autómato: admite, em definitivo, que és um influenciodependente. Vai-te tratar.
A influenciodependência: esse aditivo que destrói amores- que já destruiu o teu amor. E o que precisas, ó bonifrate, é de uma droga de amor. Sim, uma droga de amor. E das pesadas. Uma boa trip de amor, bem injetada, e que te faça correr amor nessas veias; o amor que assumiste como perdido, mas que te corre no sangue- ainda. E és compatível, totalmente compatível, absurdamente compatível. Só precisas de desatar – mesmo que seja à dentada- o garrote que sempre te aperta o espirito e voar. Vá, fantoche, deixa-te transplantar e recebe, na plenitude do teu eu, um novo sangue: sangue tipo A- sangue tipo Amor."
Rui Miguel Mendonça
2.17.2013
FELICIDADE
Por vezes, penso que sou feliz. Hoje, por exemplo, acordei com sol, o que à partida é meio caminho andado para a felicidade; celebrei o aniversário da minha mãe, o que também me deixa radiante; e até consegui, com relativa facilidade, antever uns dias de férias. Possuo, desta forma, e de acordo com as mentes mais pragmáticas, todos os ingredientes necessários para a dita cuja.
Ora bem, a verdade é que tenho dias. Como a Cecília Meireles, tenho fases, tal como a lua. E tanto posso acordar com a sensação de que as torres gémeas voltaram a cair, como com a ideia de que tudo é fácil, porque para mim tudo é possível.
Uma vez confessei sentir-me feliz. Foi um desabafo, num daqueles dias em que acordo plena de energia e grata ao universo por existir. E leve. Extremamente leve (o que para mim é um grande sinal de felicidade). Mas alguém me disse (não me lembro já quem) para ter cuidado com o que dizia. É verdade que há pessoas que cultivam a tristeza. Mas, não é bem o meu caso. Nada me agrada mais que umas boas gargalhadas decorrentes de uma boa dose de non sense. E tenho, felizmente, alguns amigos/amigas peritos nisso. Confesso, porém, que há dias em que sinto escurecer por dentro. Mas faço sempre o possível (e o impossível) por renascer no dia seguinte, logo de manhãzinha.
2.10.2013
QUASE QUASE
Andou o caos por aqui. Sabes a que me refiro. Espreitei apenas o abismo quando te conheci. E agora? Agora estou quase quase a atirar-me por aqui abaixo...
OS DEZ MANDAMENTOS
Parece que são 10, os mandamentos para uma relação minimamente estável e eu não sabia:
1. Ser correspondido
2. Ter-se coisas em comum
3. Conhecer o outro em vez de o imaginar ou projetar à nossa medida
4. Não nos matar de tédio
5. Apresentar as regras do jogo antes de jogar
6. Se já o fez antes, pode voltar a fazê-lo agora
7. Negociar e nunca sacrificar
8. Não guardar segredos
9. Ser igualitária
10. Fazer-nos sentir felizes
1. Ser correspondido
2. Ter-se coisas em comum
3. Conhecer o outro em vez de o imaginar ou projetar à nossa medida
4. Não nos matar de tédio
5. Apresentar as regras do jogo antes de jogar
6. Se já o fez antes, pode voltar a fazê-lo agora
7. Negociar e nunca sacrificar
8. Não guardar segredos
9. Ser igualitária
10. Fazer-nos sentir felizes
INTIMIDADES
Todos nós tememos a intimidade ainda que não tenhamos consciência disso. Somos estranhos uns aos outros. Somos estranhos a nós próprios, talvez porque não sabemos quem somos. Não fazemos um trabalho sobre a nossa individualidade. Passamos o tempo ocupados em coisinhas inúteis e deixamos o principal trabalho, o mais valioso, o mais importante - conhecermo-nos a nós mesmos - para trás.
Passamos anos e anos reprimidos, em relações (pessoais, familiares, sentimentais, profissionais) adormecidas, se não mortas, acatando as regras e as imposições que nos foram impingindo ao longo dos tempos.
Esquecemos a nossa fragilidade. Ignoramos que a vida pode quebrar-se a cada instante. Esquecemo-nos de nos aceitar tal qual somos. As pessoas comprometem-se pouco ou da maneira errada. Acredito na liberdade individual. Nos relacionamentos em que cada ser mantém a sua individualidade e a sua liberdade mais íntima e profunda. Desconfio das relações em que os dois se tornam um. Há "deves" em excesso por este mundo. Há muitas faces. Olho em meu redor e observo. As pessoas não são o que dizem ser. E, sobretudo, não se aceita quando há pessoas que ousam ser diferentes. Imediatamente, recebem rótulos. Penso, contudo, que são essas (poucas) pessoas que estabelecem a diferença no mundo... as que têm em mãos o seu desenvolvimento pessoal. Há pessoas que passam a vida a dar lições de moral ou a tentar mudar os outros - as mesmas que nunca chegam a conhecer-se a si próprias. Vivem em linha recta. Fazem o que se lhes pede, o que "devem" fazer... e um dia, chegarão ao fim, sem terem percebido o porquê da sua passagem.
São os caminhantes, os viajantes, os homens da pradaria, os que se questionam, os que (se) procuram... que recebem o meu apoio e o meu aplauso. Mas o conhecimento de nós próprios só me parece possível em profunda solidão porque, regra geral, tudo quanto sabemos de nós é a opinião dos outros. Ninguém pode penetrar no nosso interior mais profundo. Nem os amantes entram no âmago da nossa existência. Aí, é onde estamos inevitavelmente sós. E a prova disso, são as rupturas amorosas após 2, 5, 10 ou 20 anos, quando se constata termos passado décadas com um estranho ao nosso lado no sofá.
A vida flui, como um rio, vai sempre mudando os seus estados de alma. Não importa a consistência... porque só a mentira é consistente, A verdade, essa, está sempre a mudar. Deus, ou lá o que/quem seja, devia lançar novamente os dados e começar de novo. É nos recomeços que reside a verdadeira energia criativa da humanidade.
2.07.2013
JÁ NINGUÉM SE APAIXONA, PÁ?
“Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá tudo bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
Miguel Esteves Cardoso
2.04.2013
2.03.2013
SOMBRAS
Se projeto a minha própria sombra no meu caminho, é porque há dentro de mim uma lâmpada que ainda não foi acesa.
Rabinranath Tagore
NA MANHÃ SEGUINTE
Na manhã seguinte, após uma noite de sonhos que me desassossegaram, soube que a velha Júlia durou apenas mais umas horas. Na noite da sua morte choveu. Choveu muito. Choveu torrencialmente. O meu pai telefonou e disse apenas estas palavras:
- Ela deitou-se ontem à noite para morrer.
Carmo Miranda Machado, O Homem das Violetas Roxas
1.31.2013
BOOK WHORE
Não se tem uma biblioteca para guardar os livros que se leram mas para guardar os livros que se vão ler... (alguém disse mas não me lembro quem)!
THE SHOE MUST GO ON
É um facto da realidade feminina a que muitas de nós não conseguem fugir. Tenta-se mas não se consegue...
Quando tudo parece desabar. Quando tudo deixa de fazer sentido. Quando tudo começa a desmoronar. Quando tudo finda... Venha um par de sapatos e a vida recomeça!
GUERREIROS DO AMOR
Na verdade, o que todos queremos é colo. Andamos todos a
perseguir o mesmo sonho: Amor.
Explica-se assim a angústia que se apodera de nós quando percebemos que tudo se resume a essa necessidade primordial. Alguns encontraram-no e perderam-no. Outros encontraram-no e não o quiseram. Outros ainda nunca o viram. E há os que, não sabendo exactamente de que se trata tal coisa, ou que formas pode tomar, desconhecem mesmo se o quererão agarrar se o encontrarem. Há quem desconheça a arte da entrega, quem não saiba o que quer, quem não saiba o que procura, quem nunca tenha encontrado Amor. Este desconhecimento faz, segundo um amigo meu, todo o sentido. Afirma: "Já viste a seca que seria a nossa vida se soubéssemos exactamente o que queremos e andássemos satisfeitos?" Para ele, a magia da incerteza está sempre lá. Acompanha-o. E vive um ciclo permanente de encontros e desencontros que se sucedem. Quando sabe que o outro está lá, de pedra e cal, à sua espera, começa inconscientemente a sentir que ganhou essa batalha e, qual guerreiro de uma guerra perdida, inicia imediatamente uma nova conquista.
perseguir o mesmo sonho: Amor.
Explica-se assim a angústia que se apodera de nós quando percebemos que tudo se resume a essa necessidade primordial. Alguns encontraram-no e perderam-no. Outros encontraram-no e não o quiseram. Outros ainda nunca o viram. E há os que, não sabendo exactamente de que se trata tal coisa, ou que formas pode tomar, desconhecem mesmo se o quererão agarrar se o encontrarem. Há quem desconheça a arte da entrega, quem não saiba o que quer, quem não saiba o que procura, quem nunca tenha encontrado Amor. Este desconhecimento faz, segundo um amigo meu, todo o sentido. Afirma: "Já viste a seca que seria a nossa vida se soubéssemos exactamente o que queremos e andássemos satisfeitos?" Para ele, a magia da incerteza está sempre lá. Acompanha-o. E vive um ciclo permanente de encontros e desencontros que se sucedem. Quando sabe que o outro está lá, de pedra e cal, à sua espera, começa inconscientemente a sentir que ganhou essa batalha e, qual guerreiro de uma guerra perdida, inicia imediatamente uma nova conquista.
Não sabe ele, não sabe quase ninguém, que "não é fácil encontrar a felicidade dentro de nós mas é impossível encontrá-la noutro sítio".
1.29.2013
1.28.2013
1.24.2013
COMO SABER SE ESTÁ NA HORA DE MUDAR DE VIDA
Após longo estudo e pedido de muitas amiguinhas, aqui deixo as minhas dicas para mudar de vida. Assim, concluo que está na hora de mudar de vida se perceber que diz sim a, pelo menos, 3 das seguintes perguntas
1. Sentes-te uma prostituta/o intelectual?
2. Trabalhas os dias inteiros rodeada de idiotas?
3. O teu ordenado já não chega para pagar os bens essenciais?
4. Não te lembras da última vez que entraste num avião?
5. Andas com dificuldades em adormecer ou em acordar?
6. Andas a dar no Prozac que nem doido/a?
7. A coisa mais excitante na tua relação amorosa é o momento em que ele/a adormece?
8. Andas a humilhar-te até ao inenarrável por uma razão qualquer sem importância nenhuma?
9. Acreditas às cegas em qualquer coisa que te digam?
10. A tua vida sexual é tão excitante como a de uma amiba?
TODAY...MY FAVORITE DAY
Como fugir à dependência? Exploração!
A chave para gerar imunidade contra o apego afectivo é a exploração. A espontaneidade, as viagens, os amigos, a curiosidade ou o desenvolvimento do talento são os melhores aliados para obter autonomia.
Bora lá então desenvolver o talento de viajar...
ESTAMPANÇO
"A mulher entra pelo afecto e chega ao sexo, o homem entra pelo sexo e chega ao afecto e, se tudo correr bem, encontram-se e estampam-se no caminho."
Walter Riso (psicólogo argentino)
JÁ NÃO SOFRO POR AMOR
A mulher atual tem uma estranha predieção por canalhas...
in Lucia Extebarria, Já não Sofro por Amor, p.151
LOVE JUNKIES
Parece que não há amor eterno que não seja contrariado...parece que não há paixão sem luta... Mas há também muitas maneiras de se suicidar e uma delas é a dádiva total e o esquecimento de nós próprios. Há aqueles a quem um grande amor afasta de tudo e de todos... Aqueles que dão tudo por amor têm forçosamente um problema chamado síndrome da dependência afetiva sobre o qual se vão construindo muitas relações nefastas.
E depois há aqueles que confundem o amor com a sua vontade de amar... os que não suportam a solidão, os que não conseguem estar sozinhos consigo próprios. Porque ninguém suporta ficar sozinho com alguém de quem não se gosta...
1.18.2013
ADEUS
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
gastámos tudo menos o silêncio.
gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
Gastámos as mãos à força de as apertarmos,
Gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro,
Era como se as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha par te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mais isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje sao apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
Uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
Já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenha a certeza
de que todas as casas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar,
dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
gastámos tudo menos o silêncio.
gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
Gastámos as mãos à força de as apertarmos,
Gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro,
Era como se as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha par te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mais isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje sao apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
Uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
Já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenha a certeza
de que todas as casas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar,
dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
1.11.2013
1.06.2013
MÁSCARAS
Uma pessoa sabe sempre a verdade, essa outra verdade que é oculta pelas representações, pelas máscaras e pelas circunstâncias da vida.
Sándor Márai
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