Vivem-se tempos de mudança. Veloz.
Brutal. Irrevogável! E com ela,
surgem alterações inevitáveis nas nossas vidas profissionais e pessoais. A
escola, a cidade, o país, o mundo estão em transformação… Nós próprios, se
estivermos atentos, mudamos a cada dia que passa. Só desejamos, todos, que essa
mudança seja no sentido do desenvolvimento e não o contrário. A escola pública
está em mudança. Nós, os atores deste organismo, esforçamo-nos dia a dia para
fazer da escola um espaço de equidade, de solidariedade, de crescimento, de
cultura, de inovação. Após um ano intenso de trabalho que acabou, parece, há
poucos dias, somos de novo confrontados com um novo ano letivo a começar no
qual procuramos proporcionar a todos
os alunos experiências de aprendizagem enriquecedoras, dentro e fora da escola,
capazes de os tornar indivíduos mais plenos.
Mas instabilidade, desequilíbrio,
ansiedade acrescida foram e continuam a ser a pedra de toque do nosso
quotidiano profissional. Acrescente-se a este rol, mais alunos por turma, menos
professores por escola, “requalificação profissional”, perda de salário,
decisões com efeitos sérios, contradições, falhas de comunicação,
esclarecimentos e esclarecimentos sobre os esclarecimentos… e temos a receita
de um ano atípico nas nossas vidas suspensas, qual governo nacional,
continuando, todos nós, a aguardar calmamente por resoluções que tardam em
chegar.
Por isso, fizemos greves. Às
avaliações. Aos exames. Greve nacional. Final de ano atribulado. Início de novo
ano numa escola que se transformou em mera fábrica de papel, onde os alunos são
colocados na linha de montagem para serem formatados durante alguns meses e
pouco mais...
Os professores estão zangados.
Desolados. Tristes. DESMOTIVADOS! Cansados de funcionar! Queremos sentir que
amanhã teremos condições de vida para continuar a existir com dignidade. Sobretudo,
para continuar a ensinar com o prazer e a motivação, essenciais ao desempenho
desta profissão! Somos professores por vocação. E ser professor é pensar
criticamente, enfrentar o futuro, sem medos nem grilhões, cada vez mais difíceis
de contornar...
Sem comentários:
Enviar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO: