Se as nossas vidas são dominadas pela busca de
felicidade, talvez poucas atividades sejam tão elucidativas no que à dinâmica
dessa busca – com todo o seu ardor e paradoxos - se refere como as nossas
viagens.
A
arte de viajar, de Alain de Botton
Constato que poucas coisas me dão tanto prazer na vida como viajar. E por isso mesmo liguei-me a uma agência de
viagens. Fui escort, o que na gíria turística designa um
acompanhante de grupos ao estrangeiro, responsável por ser o interface entre o
grupo e a agência de origem. Assim, fui conhecendo o mundo. Viajei com grupos
de 30 a 50 pessoas, viagens organizadas que nada me diziam (nem dizem) mas que
me permitiam visitar locais que de outra forma não poderia ter visitado tão
cedo. E a experiência que resulta da necessidade de resolver problemas
inesperados não tem preço. PROBLEM SOLVING EXPERT - sem dúvida uma das competências que esta função me ajudou a desenvolver. Pude ir assim conhecendo o mundo... Outras viagens
se seguiram. Muitas. De lazer. De descoberta. De procura.
É difícil parar
de conhecer o mundo quando se sente esta necessidade inexorável de partir. Os
devaneios de viagem são próprios dos espíritos inquietos e o essencial nem é o
destino da viagem mas o desejo de ir-me embora. E tal como o grande Baudelaire, também eu sinto esta atração por portos, docas, terminais de comboios, navios transatlânticos e sobretudo aeroportos e quartos de hotel. As conversas interiores surgem-me mais facilmente a bordo de um navio ou em pleno ar. Como Baudelaire dizia:
“Qualquer sítio! Qualquer sítio! Contanto que seja fora deste mundo!”
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