Vou, por isso, contrafeita, fazer de conta que tudo aquilo foi um exercício literário com que gastei as minhas horas de solidão, procurando convencer-me de que passei aqueles dias, meses, anos, sem atropelos, quase ausente de sentidos e despida de emoções. Mas não resulta. Que a mim me já não convenço. Esta supremacia de sentidos continua a enrolar-me e é nestas horas que a gente é capaz de reparar que a vida é tão banal até sermos engolidos por um tsunami que surge sem nome nem origem nem destino.
ANTES SER PUTA
Porque a vida não é um fenómeno lógico e a criatividade é um produto derivado do sonho...
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2.14.2016
SOU COMO UM GATO...
"Sou como um gato. Atirem-me ao ar e cairei sempre de pé."
Bette Davis
Atirou-se da janela do 5.º andar. Pela segunda vez. Apanhei-o de dentro de uma poça de sangue. Olhava-me com os seus olhos ternos e suplicantes. Amo-o. Amei-o desde a primeira vez que o vi. Pequenino, hesitante. Agarrei-o ao colo e trouxe-o comigo para casa contra todas as expectativas. Desde esse dia que me apoio nele. Um ser arisco e ternurento, de uma ternura extraordinariamente independente mas que me prende, me conforta e me dá prazer.
Levei-o às urgências. Disseram-me: "se for coluna vertebral, terá de mandar abater." Assim, nua e cruamente, como se eu pudesse mandá-lo abater e continuar na posse de todas as minhas faculdades. Mas não era. Parecia apenas. Fractura da bacia. Ficou no hospital. Regressou ontem para casa. Agora está aqui ao meu lado, imóvel e questionante, com os seus olhos suplicando mimo e festas. Safou-se desta! Mas só já lhe restam 5 vidas. Sinto-o próximo de mim. É como se, solidário comigo e com os meus momentos de atracção pelo abismo, se atirasse da varanda em meu lugar.
UM DESTES DIAS
Um destes dias vou dizer-te que te amo. Amanhã, talvez. É uma promessa... ou uma ameaça, sei lá. De qualquer forma, ficas avisada(o) Depois, não vale fingir surpresa, arregalar os olhos de espanto, escancarar a boca toda e voltar a fechá-la num silêncio desorientado.
in Jorge Eusébio, Um destes Dias
7.18.2015
O MITO DA MONOGAMIA
O mundo não deve ser reduzido para caber na compreensão... mas a compreensão deve ser aumentada até conseguir conter o mundo.
Sir Francis Bacon, 1561-1626
Já a minha muito querida antropóloga Margaret Mead repetia que a monogamia é a mais complicada e também a mais rara de todas as combinações maritais humanas. Há provas fortíssimas de que os seres humanos não são naturalmente monogâmicos embora possam ser. A verdade é que estudos feitos nesta área mostram que a monogamia não só é rara como difícil e quase anti-natura. E basta darmos uma voltazinha pela História, pela Literatura, pela vida... para o constatar. Já na primeira grande obra da literatura ocidental, Homero fala das consequências do adultério. Na Ilíada, para quem não se recorda ou mesmo para quem não leu, Helena, que era uma rainha grega, casadíssima, manteve uma ligação com Páris, filho do rei Príamo, de Tróia, chegando mesmo a abandonar o seu marido, Menelau, facto que precipitou a Guerra de Tróia. E era uma gaja...
Mas basta ficarmo-nos pela natureza para percebermos que biologicamente a própria monogamia é rara. Entre quase todos os mamíferos, incluindo a maioria dos primatas, a monogamia simplesmente não existe. É mesmo uma raridade. Das quatro mil espécies de mamíferos existentes, não mais do que algumas dúzias constituem pares estáveis. Parece que os morcegos (coitados, só vêem à noite), as raposas (estúpidas), os saguis (com um instrumento sexual minúsculo, pudera...), mais meia-dúzia de ratos e ratazanas... E se tivermos em conta questões biológicas como o fenómeno da competição dos espermatozóides, esta é ou não uma maneira de dizer "não à monogamia"?
Bem, voltando ao termo monogamia: este designa exclusividade de acasalamento. Mas esta exclusividade não passa de um mito, não é? Ainda que as mulheres sejam mais cuidadosas e prudentes na escolha do parceiro, e os homens significativamente menos selectivos, eles só poderão levar a sua avante se houver um número também significativo de mulheres disponíveis para tal. Certo? Por outro lado, por qualquer razão que desconheço, os homens tendem a exagerar o número de encontros sexuais e as mulheres tendem a diminuir o seu. No fundo, tudo isto se trata de uma grande e perfeita hipocrisia. A espécie humana é propensa a ela, dizendo uma coisa a respeito da monogamia e fazendo outra.
Por tudo isto, penso que a solução será aceitarmos todos, homens e mulheres, o facto de que a monogamia é um mito e pararmos com hipocrisias desnecessárias. Recordo-me de uma cena do filme "Heartburn" em que a heroína, interpretada por Meryl Streep, conta ao pai, em grande sofrimento, as infidelidades do marido e este limita-se a responder-lhe: "Queres monogamia? Casa com um cisne."
Porém, continuo a acreditar ser possível estar com um parceiro e ser-lhe fiel enquanto a relação existir e for satisfatória a todos os níveis. Mas cada vez mais assisto a situações de infidelidade quer masculina quer feminina embora, ou porque elas não contam ou porque é mesmo assim, eles ainda levem avanço... Como diz um provérbio britânico muito conhecido: "Infants have their infancy. And adults? Adultery."
1.08.2015
11.30.2014
O NOME PREDICATIVO DO SUJEITO
Diz o nome predicativos o sujeito, idiota, e nós já gaguejávamos o nome predicativo do sujeito, cheios de dúvidas, a hesitar.
Antóno Lobo Antunes in Revista Visão.
ÉS CAPAZ
Escrever como ele toca. Vá, levanta-te do papel com as palavras: quem disse que não eras capaz, és capaz, levanta-te do papel com as palavras. Fecha os olhos e elas saem sozinhas. As palavras são notas, repara. Não penses em nada. Abandona-te. O mundo inteiro está dentro de ti.
António Lobo Antunes
ESTOCOLMO ON A BUDGET
A Estocolmo posso dizer que voltava. No verão. A percorrer de barco os recantos de uma cidade aquática. Com sol. Muito sol.
É possível estar em Estocomo sem irmos à ruína? Difícil mas possível. E sabem como eu consigo viajar on a budget, não sabem?
Pois então, vão algumas ideias:
Do aeroporto de Arlanda (fica a 40 km) da cidade, a forma mais barata são os autocarros Flybussarna que nos deixam na estação central (T-Centralem) por 215 SEK (mais ou menos 22 euros, ida e volta).
Para andar de metro, há um cartão azul que temos de carregar com 4 bilhetes no mínimo mas é a forma mais económica de descobrir a cidade de metro (cartão e 4 bilhetes fica por 120 sek = 12 euros aprox.).
Não aconselho de todo os autocarros turísticos descapotáveis, por sinal iguais em quase todo o mundo, por razões óbvias. Caros e só lá há turistas.
Aconselho, isso sim, um bilhete de barco de 24h (Hop on Hop off) que nos permite entrar e sair onde nos apetece. E num quente dia de verão, confesso que é muito agradável a passeata. A água da torneira é excelente e evita que gastemos um balúrdio com a água engarrafada. Caríssima nesta zona da Europa não sei bem porquê.
Os supermercados do centro de Estocolmo são de fugir. mesmo o popular 7/11. Tudo caríssimo! Mas há uma cadeia de supermercados nas estações d metro das zonas menos centrais com imensa variedade e preços excelentes. Comer em restaurantes é caro mas pasta e merdas assim conseguem-se por 15 euros, sentadinhos e tudo a ver as vistas. O MAC é sempre uma opção para quem aprecia mas é um ambiente deprimente e muito mal frequentado. Os hotéis são caríssimos mas há hostes excelentes (aconselho a Catanea Old Town) com gente gira, educada e culta, do mundo inteiro e onde nunca nos sentimos.
Se viajar sozinha/o como eu, ao fim do dia, ofereça-se uma flutue de champanhe com 2 ostras por 12 euros a ver quem passa e sinta-se a rainha do báltico!
11.07.2014
ERA UMA VEZ UM POVO QUE OLHAVA PARA O MAR...
ERA PORTUGAL é um país pequeno mas com mais de 800 km de costa. O mar é e foi sempre o nosso vizinho mais próximo, o nosso amigo mais fiel e que temos desprezado ultimamente... Enquanto as outras nações da Europa guerreavam para decidir as fronteiras, em Portugal desde 1267 que o Guadiana era o limite final...
D. Fernando também ele olhava para o mar, deixando cortar as árvores das matas reais para construir barcos de grande tonelagem. Do mar, vinham mercadores... da Europa do Norte e da Inglaterra. Por ele, chegavam também notícias do Norte de África e dos portos do mediterrâneo. Em terra, as coisas não corriam lá muito bem. As epidemias matavam os homens, os cereais faltavam e o ouro, esse "vil metal", estava a acabar em toda a Europa..
Ceuta, surgiu, assim, como a chave do Mediterrâneo... para o Infante D. Henrique Ceuta era a possibilidade de ele se afirmar como homem e de ser armado cavaleiro. Mas a Europa tinha problemas graves e Ceuta era o refúgio dos piratas que atacavam as frotas que chegavam do Mediterrâneo, carregadas de mercadorias indispensáveis ao progresso de um Portugal que tinha de se afirmar como independente em relação a Castela sempre conquistadora...
A Ceuta chegavam as pedras preciosas de Veneza, as sedas e as especiarias do Oriente e o Ouro do Sudão. Ceuta era o ponto de passagem através de Gibraltar, entre a África desconhecida e os reis mouros do SUL da Península. Era importante, pois, tomar Ceuta!
MESTRES ZEN...
O meu fascínio pelos gatos vem de longe.Talvez desde que percebi a sua independência associada à sua sociabilidade. Um gato está sempre presente ainda que mantenha o seu espaço sempre que lhe apeteça, aconteça o que acontecer.
O gato é uma das 40 espécies de felinos que actualmente existem em todo o mundo. Existem hoje mais de 100 raças com pedigree. A primeira exposição de gatos ocorreu em 1871 no Crystal Palace em LOndres. Ainda que não seja apologista destas exposições, reconheço que um dono de um gato lindo, saudável e bem tratado tenho orgulho em apresentá-lo ao mundo.
Tenho gatos para todos os gostos... do gato mais rafeiro retirado à morte na União Zoófila, à rainha do verdadeiro pedigree. Seja como for, não consigo distingir mais inteligência ou perspicácia ou capacidade de lidar com o seu dono no gato com pedigree. São mais caprichosos? São. Mais exigentes? Talvez. Mas pouco mais.
Ela adora gelado de chocolate mas tem de ser carte d'or ou começa a refilar. É sem dúvida a gata mais caprichosa que eu conheço e, de todos os animais que tenho tido e conhecido, aquela que tem uma maior personalidade. Sabe exactamente o que quer e como obtê-lo. E além disso, é linda, linda de morrer.
O GATO BARNABÉ
O meu quinto gato é um persa amarelo com instintos suicidas. Já se atirou duas vezes do quinto andar, partindo as patas e por pouco não morreu. É mel puro. Se o agarrar ao colo, ele faz-me festas no rosto com a patinha. Não sabia que nome lhe dar e, poucos dias após a morte do meu pai, estava eu na missa do 7.º dia e ouvi o padre falar de Barnabé. Decidi naquele momento que esse seria o seu nome.
PIPA
A Pipa (P de praia, I de ilha, P de paz e A de amor) foi levada por uma aluna a uma aula minha. Peguei-lhe ao colo e ela adormeceu. Dei a aula com ela adormecida no meu peito. No final, trouxe-a para casa. Não era suposto ter quatro gatos. Nem três sequer. Mas foi amor à primeira vista. É muito meiga e não incomoda ninguém pois é muito independente.
É uma persa azul com pedigree... E é só a gata mais bonita que eu conheço. Mas também a mais mimada e exigente e caprichosa. Só está feliz ao colo ou em cima da minha cama. Pede mimos e agarra o meu braço entre as suas patas para a acarinhar. Não lhe resisto.
JOANA E SEBASTIÃO
Adoram-se. Dormem juntos. É raro estarem um sem o outro. Já tiveram filhotes mas não fiquei com nenhum.
Veio da União Zoófila em 1996. Doente. É um tigrado grande e meigo. Talvez o gato mais meigo que eu conheço.
A Joana esteve comigo deste 1995. Morreu em 2014. Encontrei-a ainda bebé... A mãe desaparecera e ela ficou só. A primeira vez que a vi percebi que iamos ser amigas. Foi a minha primeira gata.Tem uma forte personalidade. Ela fala comigo, literalmente. E eu sei exactamente que mensagens me quer passar.
EM LINHA RETA
"Ninguém avança pela vida em linha recta. Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário. Por vezes, saímos dos trilhos. Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como pó. As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar. No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver. Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua estadia cá em baixo. Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam inelutavelmente para trás, atolados no caminho. Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um homem é para sempre insondável. É absolutamente impossível que alguém conte a história toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidimos tratar."
Henry Millher, O Mundo do Sexo e oUtros Textos.
SPUTNIK, MEU AMOR
Sumire lutava literalmente com unhas e dentes para se tornar escritora (p.9). Nada se podia intrometer entre ela e a escrita tal como nada se pode intrometer entre nós e a nossa essência.
Cada um tem o seu veículo para se expressar e, em Murakami, ora a escrita ora a leitura surgem como canais de excelência para a introspecção, a reflexão, a busca do eu que se escapa sem nos apercebermos...
O amor em Murakami, sempre envolto numa capacidade de nos desestruturar primeiro para depois nos arrumar por dentro. Sumire assume a solidão que vem do Amor. Quanto mais longe, mais só... quanto mais ama mais se isola e mais procura a sua escrita. Sputnik, meu amor: os enredos do amor. Amar sem desejo, gostar sem amor, desejar sem amar. As personagens interligam-se numa teia de afectos desencontrados...
Para seguir o amor, Sumire teve de se libertar ao máximo da sua bagagem. Porque quando o Amor chega, apercebemo-nos da inutilidade da tralha que se transporta e sabemos que é hora de a largar. Sumire só não conseguiu libertar-se das palavras, essas amigas invisíveis que a acompanham desde criança e que lhe deram a consciência da sua identidade:
Tem sido sempre assim, desde miúda. Quando havia uma coisa que não percebia, agarrava, uamas atrás das outras, nas palavras espalhadas a meus pés e alinhava-as, por formaa com elas construir frases. Quando não conseguia, voltava a espalhá-las, a arrumá-las segundo outra ordem. À força de repetir esse gesto vezes sem conta, tornei-me capaz de pensar sobre as coisas como o comum dos mortais. Para mim, escrever nunca foi difícil. Enquanto as outras crianças se divertiam a apanhar pedras ou bolotas, eu escrevia. Tão naturalmente como respirava.
in Haruki Murakami, SPUTNIK, meu amor, p.148.
SER PROFESSOR: NEM JESUS AGUENTARIA...
O Sermão da montanha (versão para educadores)
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele preparava-os para serem os educadores capazes de transmitir a Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo:
- Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
- Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
- Felizes os misericordiosos, porque eles...?
Pedro interrompeu-o:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
FiLipe lamentou-se:
- Esqueci o meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai sair no teste?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai contar pra nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandalhão à minha frente!
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não percebi nada, ninguém percebeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
- Onde está a sua planificação e a avaliação diagnóstica?
- Quais são os objetivos gerais e específicos?
- Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma planificação que inclua os temas transversais e as atividades integradoras com outras disciplinas?
- E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
- Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundo, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E veja lá se não vai reprovar alguém!
E foi nesse momento que Jesus disse: "Senhor, por que me abandonastes..."
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele preparava-os para serem os educadores capazes de transmitir a Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo:
- Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
- Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
- Felizes os misericordiosos, porque eles...?
Pedro interrompeu-o:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
FiLipe lamentou-se:
- Esqueci o meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai sair no teste?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai contar pra nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandalhão à minha frente!
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não percebi nada, ninguém percebeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
- Onde está a sua planificação e a avaliação diagnóstica?
- Quais são os objetivos gerais e específicos?
- Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma planificação que inclua os temas transversais e as atividades integradoras com outras disciplinas?
- E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
- Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundo, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E veja lá se não vai reprovar alguém!
E foi nesse momento que Jesus disse: "Senhor, por que me abandonastes..."
XAMANISMO
Hoje apeteceu-me escrever sobre XAMANISMO: Para a sabedoria xamânica, estamos bem connosoco próprios se estivermos em harmonia absoluta connosco e com o que nos rodeia, tal como D. Juan de Matos "ensinou" a Carlos Castanheda, autor de vários livros sobre o xamanismo. Não criar emoções será a grande estrada para essa harmonia. As depressões podem implicar dois estados diferentes: o estado de resignação ou o estado de aceitação, aquele que leva à capacidade de cura. Só o " estado de guerreiro", o estado de estarmos atentos, pode ajudar nesta nossa "quest". Este estado de guerreiro leva-nos a estar atentos e em interacção com a nossa própria vida. Um bom exercício a fazer poderá ser pensar no que nos faz perder energias e no que nos faz ganhá-las. Muitas vezes estamos presos nos nossos 5 sentidos. Deixamo-nos prender pela limitação dos sentidos porque queremos essa prisão. Mas os xamânicos defendem que um equilíbrio pleno com o universo exige uma expansão dos sentidos, um estado modificado de consciência que nos pode tirar da realidade comum e transportar-nos para outra realidade, a incomum ou a dos espíritos.
Os quatro princípios para a cura segundo o xamanismo:
1. DESAPEGO;
2. ENTREGA ABSOLUTA;
3. PERDÃO;
4. AMOR
Devemos desenvolver um perdão absoluto por tudo o que já fizemos de forma a não continuarmos presos ao passado. Afinal, o que é o tempo? A primeira grande ideia que fazemos do tempo é a associação a passado, presente e futuro. Porém, o passado já não existe, é pura imaginação e o futuro ainda não está aí e pode nem chegar. Resta o presente. Por isso, o tempo não existe para além do conceito de nós próprios, dos nossos próprios sentidos, do nosso corpo, este corpo... Dr.º Rui Caldevilla diz que aumentamos demsiado as nossas expectativas e desvalorizamos os nossos sucessos. Devemos controlar as nossas expectativas e saborear os pequenos e grandes sucessos. Há que ter metas pequenas e subir a escada da via degrau a degrau porque todos os degraus são imprescindíveis ao encontro com a nossa espiritualidade. A realidade é, pois, tudo aquilo que quisermos que seja. Tudo no xamanismo é simples porque tudo se sente. Todos podemos ser xamãs: basta que despertemos o nosso processo de cura... basta o nosso guerreiro interior...
CERTEZA: Nada é permanente. E é desta impermanência que a vida se rege.
O JORNAL DAS MOÇAS
Algumas frases que foram encontradas em revistas femininas da década de 50 e 60 ...
1. Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das Moças, 1957)
2. Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar o seu carinho e provas de afecto. (Revista Claudia, 1962)
3. A desordem na casa de banho desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1945)
4. A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos. (Jornal das Moças, 1959)
5. A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa. (Jornal das Moças, 1955)
6. Se o seu marido fuma, não discuta pelo facto de caírem cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das Moças, 1957)
7. A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exactamente como ele a idealizara. (Revista Claudia, 1962)
8. Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. (Revista Querida, 1954)
9. É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido. (Jornal da Moças, 1957)
10.O lugar de mulher é no lar, o trabalho fora de casa masculiniza. (Revista Querida, 1955)
1. Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das Moças, 1957)
2. Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar o seu carinho e provas de afecto. (Revista Claudia, 1962)
3. A desordem na casa de banho desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1945)
4. A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos. (Jornal das Moças, 1959)
5. A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa. (Jornal das Moças, 1955)
6. Se o seu marido fuma, não discuta pelo facto de caírem cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das Moças, 1957)
7. A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exactamente como ele a idealizara. (Revista Claudia, 1962)
8. Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. (Revista Querida, 1954)
9. É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido. (Jornal da Moças, 1957)
10.O lugar de mulher é no lar, o trabalho fora de casa masculiniza. (Revista Querida, 1955)
ÀS VOLTAS
Não, não é verdade que o planeta seja redondo. É armilar. Anda-se às voltas e nunca se regressa ao mesmo sítio. A estrada, sim, passa por lá; mas o tempo também passa, e leva de nos o que fomos antes. Falta-nos o mesmo momento para podermos regressar ao mesmo sítio. Regressamos já outros, e compreendemos que o sítio já não é o mesmo.
Gonçalho Cadilhe, 1 Km de Cada Vez
MERDE
Esta angústia surge sempre com as primeiras chuvas de Outono, agudiza-se perante a visão das luzinhas de Natal e só começa a diluir-se com os primeiros banhos de sol.
QUEM VIU GOA TAMBÉM PRECISA DE VER LISBOA
Hoje a nossa linha do Oriente termina no Parque das Nações mas tempos houve em que terminava em Goa.
Visitei Pangin pela primeira vez casualmente. Deambulava por Zurique ao entardecer quando duma montra saiu um grito irrecusável: Índia. Fui. Desde a Volta ao Mundo N.º29 que tinha vontade de fazer uma ronda pelos despojos do nosso império. Escolhi Goa primeiro pelo exotismo, depois por querer revisitar os lugares da nossa história ou os destroços que dela restavam. Pude confirmar que o misticismo da Velha Goa ainda paira no ar mas deixei essa quase cidade fantasma com um nó nacionalista no peito a recordar-me as profecias do poeta: "Cumpriu-se o mar e o Império se desfez / Senhor, falta cumprir-se Portugal".
Mas Goa tem muito mais para oferecer do que os monumentos de outrora. Outros viajantes me tinham contado das praias de Goa de onde se avistava o paraíso; das ruas com cheiro a sândalo e jasmim; e da célebre "feni", cerveja goesa saboreada numa esplanada ao sol do mar arábico. De todos os locais prazenteiros que circundam Pangin, Calangute e Palolem foram os meus eleitos. Por menos de 400 rupias por noite, Palolem ofereceu-me um bungalow feito de cordas entrançadas na madeira que tocava corajosamente o mar. Fiz dele o meu Forte da Aguada Beach Resort e foi ali que todas as noites ao adormecer ouvia o Clive Owen sussurrar-me ao ouvido...
Ao que eu lhe respondia sempre:
- Clive, quem viu Goa, também precisa de ver Lisboa.
11.06.2014
11.05.2014
10.07.2014
RISKS
“Life will break you. Nobody can protect you from that, and living alone won’t either, for solitude will also break you with its yearning. You have to love. You have to feel. It is the reason you are here on earth. You are here to risk your heart. You are here to be swallowed up. And when it happens that you are broken, or betrayed, or left, or hurt, or death brushes near, let yourself sit by an apple tree and listen to the apples falling all around you in heaps, wasting their sweetness. Tell yourself you tasted as many as you could.”
Louise Erdich, The Painted Drum
9.20.2014
O CASAL
E às vezes, falta um.
Existem pessoas que não nos querem amar, a nós especifica e concretamente. E há pessoas a quem nós não queremos, ou não conseguimos amar, específica e concretamente. Pode parecer cruel, mas é assim. Por vezes, sentimos que para termos amor na nossa vida era preciso tão pouco.
CUPID'S PICNIC
once of a Summer's day
And invites all the other loves
To join him in his play.
There was Big Love and Little Love
And the Love that flies away
And Naughty Love and Taughty Love
And the Love that loves away
And Long Love and Strong Love
And Love for the happy hour,
and Love that Loves
for love alone,
And Love with the visage sour.
Yet the picnic
proved a failure,
for the best loves
stayed away
The Constant Love and
The Tender Love
And the Love that Never says nay.
Auhor: James S. Metcalf
9.19.2014
LINHA RETA
Passei demasiado tempo para conseguir avançar em linha reta. Desviei-me do trilho e perdi-me nos caminhos, nas veredas. Era-me difícil vir a direito para casa. Distrair-me no seu rosto.
Perco-me ainda nas tuas mãos. Afundo-me no teu sorriso... Diluo-me na tua voz. Vem-me ainda a verdade das noites, destas noites em que o sono se vai e a saudade fica.
Encontro-me numa cruzada, numa peregrinação, até ao dia em que conseguir voltar a encontrar aquele pedaço que me roubaste de mim.
9.18.2014
AS PALAVRAS
Por isso, não… as palavras não me
magoam porque há muito que habito com elas
e, juntas, habituámo-nos a ver a lua cheia iluminar a minha cama. E o peso do
meu peito vem de longe, com os tempos e perseguir-me-á. Habituei-me a ele e
juntos, partilhamo-nos, como às palavras...
90 POR MANHÃ
Mais uma manhã das 8 às 13, non stop!
Passaram-me pela sala, pelos olhos e pelo coração, 90 alunos. Não consigo ainda juntar o rosto ao nome mas mais uma semana e já saberei como se chamam.
Início das aulas: primeira semana. Vamos escrever?
Não fazem ideia de que um texto tem partes obrigatórias; o que se põe na conclusão, stora? perguntam com ar aflito. Um título, stora? Mas ajude-me... Eu, sim, podia pedir ajuda. Dentro da sala, 30 seres vivos tentam como podem sobreviver a um ensino massificado que os trata a todos por igual como se ocupassem a mesma posição na grelha de partida. Não ocupam. O Bruno leva uma hora para escrever uma frase de sete palavras. O Paulo não fala corretamente e os colegas riem-se. A Elham não fala sequer Português. O Emiv. nunca completou um módulo de que se lembre. Cabe-me agora a mim ajudá-lo nessa tarefa. As fases da escrita, stora? Sei lá... Nunca ouvi falar disso. Sim, planear... Mas não sei como isso se faz. Escrever? Nunca tive jeito para isso... E depois da escrita, stora? Ah, sim, ontem falou-nos nisso... é a vistoria do texto, não é? Sim, penso para mim, a revisão é isso mesmo, uma vistoria...
Cá fora o barulho perturba. Alunos cantam e batem palmas e falam alto enquanto caminham pelos corredores. Na sala ao lado ouço gritos. Um aluno infiltrou-se numa turma à qual não pertence para gozar com a professora. Frágil, a docente. Forte, aquele aluno. Julga ele...
Fui ver o que que se passava. A auxiliar agarra o aluno pelo braço, a medo. Regresso à sala. Falam alto, obviamente. Tropeço nas mochilas espalhadas pelo chão. Numa turma barulhenta, ousei mandar esta mensagem aos pais:
A professora de Português informa os encarregados de educação de todos os alunos desta turma que o barulho perturba gravemente as aprendizagens e o sucesso escolar. Por isso mesmo, pede que relembre ao seu educando as regras da boa educação na sala de aula.
Saio da sala. Alunos aos magote pelos corredores. O Rui veio ter comigo ao intervalo. Deixou a escola há dois anos. Mas vão abrir concurso na polícia e só a stora me pode ajudar. Sim, ajudo... ajudo sempre, penso... A mãe de um aluno do ano passado quer a ficha de avaliação com urgência. Não teve tempo de a vir levantar... Mas agora, hoje, já... faz-lhe falta. Paciente, ligo o computador. Dou-lha.
Quero sair da escola. Estou cansada. Quero ensinar a escrever e não consigo. Não me deixam ensinar como se escreve. Não sobra tempo. São 30 alunos por sala. Ainda aprendo todos os dias com o olhar do meus alunos... Tantos, muitos... Autorretrato... hoje vão fazer o vosso autorretrato em dez linhas, que horror, pergunta um, auto-retrato agora é com dois rr's, stora?...
"Sou baixinho e não gosto de mim", "odeio acordar cedo e vir para a escola", "gostava de ter o meu pai de volta", "detesto-me porque sou horrorosa", "o que mais gosto em mim são os meus olhos", "quero ser jogador de futebol", "sou muito consumista e só tou bem a comprar coisas", "um dia vou ser feliz"...
"Sou baixinho e não gosto de mim", "odeio acordar cedo e vir para a escola", "gostava de ter o meu pai de volta", "detesto-me porque sou horrorosa", "o que mais gosto em mim são os meus olhos", "quero ser jogador de futebol", "sou muito consumista e só tou bem a comprar coisas", "um dia vou ser feliz"...
Diferentes entre si e tão solitários quanto o nosso sistema educativo. Isolado do mundo, carente de projeto, triste...
9.15.2014
A ESTÁTUA
Adormecia enrolada sobre si própria como um novelo, ficando cada vez mais ausente. Ia fazendo o melhor que podia para não se perder naquela ausência. Mas viveu muitas noites de desistência. E a sua mente, juntamente com o seu coração, tornaram-se os seus órgãos mais vulneráveis.
Muito, muito tempo passou até conseguir reerguer-se como uma estátua...
CARTA DE AMOR
E foi assim que dei por mim a escrever-te hoje, em pedaços de papel arrancados a folhas que queriam voar para longe. Tu, que contrariamente ao expectável, me dominas e controlas. Logo a mim, que não me habituei nunca a ser controlada...
Nunca nos cruzámos antes mas eu já sabia o teu nome muito antes de encontrar naquela cadeira ao sol, que sempre tive jeito para dar largas à imaginação a partir do nada. Quando te vi, quando nos vimos, medi-te de alto abaixo e soube, ali mesmo, que serias o maior dos meus casos de amor. O maior dos maiores. E gosto, de ser subjugada por ti, até o suor me escorrer pelo corpo. E a necessidade que tenho de ti é urgente... mas avancei devagar, que a isso me obrigaste,
Gostava que encontrasses em mim o que julgaste irremediavelmente perdido, seja isso o que for. Estarás continuamente comigo, num recanto da minha mente incansável. Sou demasiado vertiginosa para ti. Sei que te posso assustar. Mas conheço o teu cheiro de cor e sei localizar todas as marcas do teu corpo. Corro a toda a velocidade para a beira do precipício que tu podes ser na minha vida. Mas continuarei a correr porque, simplesmente, não me apetece parar. É possível amar-se alguém que mal se conhece? Não sei... És como um lobo vestido de lobo e eu caio nas tuas ciladas, nas ciladas que me fazes com as mãos e com o teu olhar... Gravei na memória tudo o que te diz respeito. Já quase não recordo os meus pensamentos, aqueles de antes, antes de estarem cheios de ti até transbordarem. O pior dos desastres da minha vida aparentemente arrumada seria apaixonar-me assim. E aconteceu!
Quero agora de volta tudo o que extorquiste de mim: a minha serenidade, o meu equilíbrio, a minha paz...
O ALÇAPÃO
Hoje, com a alma a correr atrás do tempo, agarro a festa... Sem medo, com empenho e sem ciúme. Desarranjo
a ordem definida por quem não
sabe definir e, percorrendo o trilho ou a sua ausência, agarro-me a ti. Sei que há almas que nunca serão resgatadas mas nem me importo. Almas contra as
quais ninguém se previne o suficiente...
Hoje, agora, espalham-se os pensamentos em todas as direções... Hoje, com sempre, estou inundada de
palavras. Ainda penso em ti como quem pensa num poço vazio. Sei do que falo porque moro lá dentro, nesse alçapão azul que nos embaraça, embaraçando-me...
9.14.2014
DITADURA DA MEDIOCRIDADE
Não sei se serei apenas eu que ando farta de tanta estupidez. Na rua, na televisão, nos jornais, nas escolas, nas organizações... a estupidez predomina. Quando digo estupidez, refiro-me à incapacidade de pensar e de agir consoante uma engenharia de conduta que se está a perder porque, muitas vezes, nem chegou a ser desenhada. Andamos todos alheados do fundamental, não andamos? Basta ligar a televisão ou ler o jornal. Não há modelos identitários que nos salvem ou ajudem... Já não encontro consistência em quase nada nem em ninguém. As pessoas excitam-se com a mediocridade e a vulgaridade. As casas dos segredos imperam, a estupidez alastra-se e a incoerência predomina...
Quero rodear-me de pessoas com vistas largas, extensas que toquem o futuro!
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