Dou-te tudo o que tenho através das
palavras vividas com carinho delicadas sentidas oferecidas a ti não
sei porquê não quero saber porquê que não estou interessada apenas sei que me
faz doer o peito senti-lo de peito apertado preocupando-me e dando-te o meu
pouco tempo ou muito tempo ou só tempo que ele é sempre o mesmo e com ele brinco
aos balanços e balancetes de uma ou várias vidas vividas com ou sem alma - que
me interessa isso - desde que a acidez não vingue e que o meu destinatário não
chore que não gosto não quero o que sei
da dor é o que há para saber da dor é dor e a dor é sempre igual em qualquer
latitude não te faço chorar, com o carinho este carinho que surge do nada e sem
saber porquê actor ou piegas ator-piegas só ator não não há atores tão
verdadeiros nem o Pessoa que fingia aquilo que nós sabemos que não fingia
não sou não serei bálsamo seu nem de ninguém apenas uma voz que atravessa a
noite e lhe chega de mansinho para lhe dizer ao ouvido que lhe querem bem que
lhe quero bem que ela te quer bem, meu querido.. sim, sim que há mensagens que
me enviam as estrelas e o céu e o mar e a terra toda inteira me grita que sim
que sim que somos pouco somos nada e este nada que é tudo merece mais do que
este rodopio em chuva ácida em que sem querer se cai e eu não gosto não gosto
que dances nessa chuva e não perguntes porquê não me perguntes porquê não me
perguntes porquê ... eu não gosto de porquês... eleita de atenção sim
basta de ti basta de mim basta
de dor
de rodopios
de dúvidas
de desalmas
de
lágrimas