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7.01.2013

PALAVRAS

Realizo-me em palavras. Tenho uma relação cúmplice com o verbo. Sou EU quem sou através da escrita, esta evanescente escapa emocional que me torna, que nos torna... indestrutíveis. Porque estabilizada nas agonias privadas, escrevo para melhor lidar com a morte. A minha morte. A nossa morte. A tua morte. Esta fome voraz por experiências vai matar-me e só pela imaginação chegam a mim. Tenho em mãos dois projetos incipientes: o meu livro e tu. O único homem com quem me casaria... tu, que consegues disfarçar a minha loucura... tu que nunca amarás ninguém. Por isso, me rebelo contra mim própria, eu que aprendi contigo a não viver por impulso, por emoção. Afoguei-me nas palavras que me sacudiram de repente quando percebi que, finalmente, seria capaz de te amar. Atordoada, quero duas coisas: amar e ser livre ao mesmo tempo. E pouco mais. E nada mais. Por isso escrevo. receando perder-lhe o hábito... Teço assim mais umas páginas deste projeto anódino mas repleto de desejo de verdade. Há aqui uma enxurrada de palavras que tu temes. Movo-me aos solavancos. Sei... Temo mesmo que a lucidez me fuja. Quero sair de mansinho... esgueirar-me do mundo discretamente. Talvez tenhas razão. Talvez a melhor coisa a fazer seja dormir. 

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